
O presidente da Comiss�o Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, elogiou a elei��o do ex-ministro Paulo Vannuchi para uma das vagas da Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA). Vannuchi foi eleito na noite desta quinta quinta-feira, 6, em Ant�gua, na Guatemala.
"Vannuchi, por sua trajet�ria de vida de absoluto apre�o pelos direitos humanos, e por suas qualidades profissionais, est� mais do que credenciado para representar o Brasil na Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos da OEA", disse Damous, que tamb�m preside a Comiss�o da Verdade do Rio de Janeiro.
Em nota, Wadih Damous citou a participa��o de Vannuchi na elabora��o do livro Brasil Nunca Mais, coordenado por dom Paulo Evaristo Arns. Lembrou tamb�m que, em 1975, o ex-ministro foi um dos respons�veis pelo dossi� entregue � Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre tortura e assassinatos cometidos durante a ditadura militar, mencionando 233 nomes de torturadores, detalhando os m�todos usados e citando unidades onde as torturas ocorriam.
Jornalista e cientista pol�tico, o novo integrante da CIDH foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos do governo de Luiz In�cio Lula da Silva e � diretor do Instituto Lula.
Liberdade de imprensa
Em entrevista concedida h� dez dias, no Rio de Janeiro, Vannuchi afirmou que a liberdade de imprensa n�o � mais importante que v�rios outros temas ligados � CIDH e que a agenda da comiss�o n�o pode ser confundida com a agenda da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), que re�ne 1.300 publica��es das Am�ricas. "A liberdade de imprensa � necessariamente a agenda da SIP. Essa organiza��o da sociedade civil, importante, re�ne as empresas respons�veis pelas mais importantes publica��es, mas elas teriam que ser cotejadas em import�ncia com articula��o das federa��es de jornalistas da cada pa�s. N�o se pode confundir as duas agendas", disse.
Na entrevista, o ex-ministro defendeu uma revis�o na regra que permite que relatorias da CIDH recebam recursos extras dos pa�ses para projetos espec�ficos. "A discuss�o �: por que se transforma um tema de direitos humanos em um tema especial quando h� dez, talvez vinte temas que t�m import�ncia equivalente? A liberdade de imprensa � t�o importante quanto os direitos da crian�a e do adolescente, a igualdade racial, os direitos da mulher, da popula��o ind�gena", afirmou Vannucchi.
O ex-ministro disse haver desequil�brio financeiro entre as relatorias da CIDH. "A Relatoria de Liberdade de Imprensa tinha recursos que faltavam a outras. Falou-se em US$ 1 milh�o para esse trabalho e US$ 50 mil para a Relatoria de Direitos da Crian�a. N�o � bom. A comiss�o reconhece a import�ncia de fazer uma nova discuss�o sobre financiamento (...) Tem que colocar mais or�amento e deixar as doa��es volunt�rias para situa��es realmente especiais", afirmou.