
Aos 49 anos, o empres�rio Josu� Gomes da Silva, engenheiro civil, advogado e com MBA na Vanderbil Business School, nos Estados Unidos, tem atra�do ao longo dos �ltimos meses o interesse de l�deres de v�rios partidos e de pol�ticos. A come�ar pelo ex-presidente Lu�s In�cio Lula da Silva (PT). Tamb�m o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), l�deres do PSD e do PRB gostariam de v�-lo assinar a ficha de filia��o , passaporte para a pol�tica eleitoral. Filho do ex-presidente da Rep�blica Jos� Alencar Gomes da Silva, que faleceu em 29 de mar�o de 2011 ap�s lutar por mais de 13 anos contra um c�ncer na regi�o abdominal, Josu� herdou do pai o entusiasmo pela pol�tica. “H� poucas atividades t�o nobres, pela capacidade de impactar positivamente a vida das pessoas quando exercida corretamente”, afirma. Ainda que n�o admita para 2014 seguir os passos de Jos� Alencar, que se candidatou ao Senado em 1998 e, em 2002 e em 2006, comp�s com Lula a chapa “capital-trabalho”, Josu� considera “muito poss�vel” a filia��o partid�ria, que poder� ocorrer antes de outubro, como querem os “companheiros” que ele evita nominar. Se essa for a sua decis�o, uma coisa � certa. A presid�ncia do grupo t�xtil Coteminas n�o ser� empecilho para a vida p�blica: “A empresa cresceu n�o por uma pessoa. Cresceu porque tem excelentes quadros”.
Sobre a sucess�o em Minas, Josu� afirma: “A altern�ncia de poder vai ser muito saud�vel. N�o ser� um voto de rep�dio ao governador, que tem uma gest�o muito s�ria. � um bom governante. Mas a altern�ncia � �til, positiva, trar� benef�cios para o estado, uma outra vis�o de alinhamento pol�tico com o governo federal”.
O senhor est� sendo sondado por partidos e l�deres para se filiar e se candidatar em 2014 a um cargo majorit�rio. O que pretende fazer?
As pessoas se lembram do meu nome em fun��o da figura que meu pai representou no Brasil. � muita generosidade. Mas temos conversado sim. Considero sim a hip�tese de me filiar. Se tomar a decis�o de filia��o, n�o devo faz�-lo s� pensando em uma candidatura, mas em prol de uma causa maior, do desenvolvimento do Brasil e do nosso estado.
Qual � o leque de alternativas partid�rias que considera?
H� um conjunto grande de companheiros que t�m feito sondagens e conversas. Qualquer que seja a minha decis�o, uma coisa � certa: vou continuar defendendo o que meu pai defendeu. Acho que hoje no Brasil quem tem essa vis�o, quem est� abra�ado aos princ�pios de um desenvolvimento com justi�a social, que de fato est� transformando o pa�s � o governo da presidente Dilma Rousseff e do presidente Lula. Existe um conjunto de partidos na base aliada. O PT, que todos admiramos, bem-estruturado. O PMDB, um partido de tradi��es democr�ticas. H� o PRB, partido que o meu pai foi um dos fundadores e era o presidente de honra. Como, tamb�m, n�o posso deixar de me lembrar do PSD, pela hist�ria do meu av�, o primeiro na fam�lia a militar na pol�tica e era juscelinista.
Essa possibilidade de filia��o, que no momento o senhor desvincula de uma candidatura, ocorreria antes de outubro?
Todos os companheiros que me procuraram, me abordaram, me sondaram s�o pessoas que admiro e respeito. � muito poss�vel que venha a ingressar em um partido. Muito sinceramente, pensava em deixar que essa decis�o fosse posterior a outubro. Mas o argumento de todos foi o de ser importante estar � disposi��o desta causa maior.
Quem o suceder� � frente da Coteminas e dos neg�cios caso entre para a pol�tica?
A empresa cresceu n�o por uma pessoa. Cresceu porque tem excelentes quadros.
Nas sondagens que lhe fizeram foi feito convite para concorrer a algum cargo majorit�rio?
N�o se trata disso. O Brasil desde a democratiza��o tem avan�ado muito. Ele superou a hiperinfla��o. Depois t�nhamos uma vulnerabilidade externa muito grande. Foi superada. E a� veio o resgaste em parte de uma d�vida social. O presidente Lula, com a sua sensibilidade social, implantou programas de magnitude. Quando assumiu, o sal�rio m�nimo era algo em torno de US$ 80. Hoje, � mais de US$ 300. Houve um resgaste de uma d�vida social important�ssima, que fez com que 40 milh�es de brasileiros ascendessem ao mercado de consumo. Agora, o desafio � melhorar a competitividade do pa�s. E como? Primeiro, trazendo os juros para um patamar mais compat�vel com a seguran�a que o Brasil oferece em rela��o ao mundo, sem descuidar, e acho que n�o h� qualquer descuido, da infla��o. Temos pela frente um grande programa de moderniza��o da infraestrutura, um grande programa de treinamento e qualifica��o da m�o de obra, inclusive investindo em inova��o, ci�ncia e tecnologia. E a reforma tribut�ria. Ela � essencial, embora seja, talvez, das tarefas, a mais dif�cil. O governo Dilma est� no caminho certo, tomando as medidas necess�rias. Pol�tica � para isso. Trazer mudan�as positivas para a sociedade.
Que avalia��o o senhor faz da sucess�o ao governo de Antonio Anastasia em Minas?
Aqui em Minas, a altern�ncia de poder vai ser muito saud�vel. N�o ser� um voto de rep�dio ao governador, que tem uma gest�o muito s�ria. � um bom governante. Mas a altern�ncia � �til, positiva, trar� benef�cios para o estado, uma outra vis�o de alinhamento pol�tico com o governo federal. Veja o que houve com o Rio de Janeiro. Depois do alinhamento com o governo federal, deu passos significativos para resolver problemas aparentemente insol�veis. Da mesma forma Pernambuco, que teve um desenvolvimento espetacular, em boa parte pelo carreamento de recursos do governo federal. Veja a prosperidade do Nordeste, gra�as �s pol�ticas do governo federal. Fruto tamb�m, � claro, das administra��es estaduais. Mas � resultado da interlocu��o pol�tica com o governo federal. Minas tem a ganhar e n�o ser� de modo algum um desapre�o ao governador Anastasia. Apenas uma quest�o de altern�ncia do poder e mudan�a de foco pol�tico.