O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira que suas reiteradas ofertas de ajuda ao governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, propondo maior parceria na �rea da seguran�a p�blica, n�o t�m qualquer liga��o com candidatura. "Tudo indica que o candidato do PT ao governo de S�o Paulo ser� o ministro da Sa�de, Alexandre Padilha", afirmou Cardozo ao Grupo Estado.
"Eu digo e repito: n�o sou candidato � sucess�o de Alckmin e esses boatos s� atrapalham o debate sobre os problemas da seguran�a. Lamentavelmente, alguns parecem n�o querer que ocorra a necess�ria integra��o entre governo federal e Estados."
O tom aumentou, por�m, depois que o ministro falou em "excessos" da Pol�cia Militar no confronto com manifestantes que protestavam contra o aumento da tarifa de transporte, na quinta-feira, 13. O senador A�cio Neves (MG), presidente do PSDB e prov�vel candidato ao Pal�cio do Planalto, disse que Cardozo estava usando o epis�dio "para se promover". "H� um descaso com a seguran�a p�blica por parte do governo federal", comentou A�cio. "Hoje, 87% dos recursos com seguran�a no Brasil v�m dos cofres estaduais e municipais. Apenas 13% v�m da Uni�o."
Cardozo rebateu e afirmou que o Minist�rio da Justi�a tem apresentado gastos "crescentes" com seguran�a. "A eles t�m se somado as despesas com a seguran�a de grandes eventos, que chegam a R$ 1,8 bilh�o. Esses gastos foram feitos n�o s� pensando nos grandes eventos, mas tamb�m no legado que ficar� para a sociedade. Os 12 Estados que ser�o sede da Copa v�o receber centros de comando e controle de alta tecnologia. Trata-se de um grande salto em seguran�a p�blica no Pa�s", insistiu o ministro.
Para Cardozo, as cr�ticas de A�cio e de outros tucanos a seu comportamento t�m o objetivo de "projetar o problema para o plano eleitoral". Pesquisas que chegaram ao Pal�cio do Planalto indicam o ministro da Justi�a com 5% das inten��es de voto para governador de S�o Paulo. Se as elei��es fossem hoje, ele teria dois pontos � frente de Alexandre Padilha, que alcan�ou 3%.
O PT ainda n�o escolheu o candidato � sucess�o de Alckmin, que concorrer� � reelei��o, mas o favorito no partido ainda � Padilha. Cardozo integra a corrente petista "Mensagem ao Partido", a mesma do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad, e do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que n�o t�m maioria no PT.
A d�vida do Planalto sobre o lan�amento de Padilha reside no fato de ele n�o ter conseguido, at� hoje, deixar uma marca na sa�de. Pior: a �rea � uma das campe�s de reclama��o no governo. "Agora, h� uma tentativa da oposi��o de transformar os problemas da seguran�a p�blica em disputa pol�tica, inclusive usando dados distorcidos sobre gastos", argumentou Cardozo. "N�o sei quantas vezes vou ter de dizer que n�o sou candidato."
Contrariado com o que definiu como "especula��es", Cardozo afirmou que um ministro da Justi�a "n�o pode se omitir nem deixar de responder a cr�ticas infundadas". Questionado sobre o funcionamento da Ag�ncia de Atua��o Integrada, da qual participam as pol�cias federal, rodovi�ria, civil e militar, al�m do Minist�rio P�blico, o ministro disse que a parceria com S�o Paulo poderia ser muito mais s�lida.
"Depois de um longo embate em que S�o Paulo se recusava a receber nossa ajuda, essa ag�ncia est� funcionando, mas ainda � muito aqu�m da possibilidade total de integra��o", comentou Cardozo. O ministro fez quest�o de destacar que, ao recriminar o "abuso policial" nas manifesta��es contra o aumento das tarifas de transporte, cumprimentou Grella por ter aberto sindic�ncia para apurar os fatos. "Ningu�m aqui est� torcendo para o quanto pior, melhor".
Vaias
Em sintonia com o Pal�cio do Planalto, Cardozo tamb�m procurou minimizar as vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff, no s�bado, durante cerim�nia de abertura da Copa das Confedera��es, em Bras�lia. "Foi uma situa��o absolutamente normal para campo de futebol, que n�o reflete a opini�o das pessoas sobre o governo. Mesmo com essa 'quedinha' de oito pontos registrada no Datafolha, a aprova��o da presidente ainda � espetacular", resumiu o ministro da Justi�a.