O ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, disse nesta segunda-feira, 17, que o governo em geral e a presidente Dilma Rousseff est�o "preocupados" com as manifesta��es, mas pediu que "ningu�m se precipite a tirar proveito pol�tico de um lado ou de outro, para que n�o se tire conclus�es apressadas". Perguntado se o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, que � poss�vel candidato ao governo de S�o Paulo, j� havia politizado a quest�o, Gilberto respondeu: "Escrevam isso. O Cardozo n�o � candidato ao governo de S�o Paulo. Ele � ministro da Justi�a e falou como ministro. Essa politiza��o n�o � boa. Ele foi prudente". E emendou: "ele fala como ministro da Justi�a e eu, do di�logo".
Sobre as vaias � presidente Dilma, no s�bado, na abertura da Copa das Confedera��es, o ministro Gilberto declarou: "houve vaias no est�dio e, no mesmo momento, um grande aplauso � presidente Dilma aqui nos tel�es. Quase 200 mil pessoas aqui na Pra�a aplaudindo. Democracia � assim. Ditadura � que � f�cil", afirmou.
Reuni�o
Carvalho recebeu nesta tarde, no Planalto, representantes do movimento "Copa para quem?" que vieram denunciar o cerceamento da liberdade de express�o do grupo, a persegui��o pol�tica dos funcion�rios p�blicos do Governo do Distrito Federal (GDF) que participaram das passeatas e a criminaliza��o dos integrantes das mobiliza��es. Em entrevista, Gilberto Carvalho falou da preocupa��o do governo com as movimenta��es crescentes e disse que "� preciso traduzir" o que est� acontecendo no Pa�s, j� que os movimentos s�o por diferentes motivos e em v�rias cidades e feitos por distintas lideran�as.
Ao explicar a preocupa��o do Planalto com as manifesta��es, Gilberto Carvalho disse que elas devem chamar a aten��o de todos do governo e nos levar a fazer perguntas. "Os grandes eventos n�o v�o ser colocados em risco de maneira nenhuma", assegurou Gilberto, acrescentando que ser� preciso fazer um esclarecimento sobre tudo que est� sendo feito para a popula��o, que ficar� de legado, como resultado da Copa, mostrando isso.
Gilberto afirmou que a presidente Dilma tem ressaltado que a democracia pressup�e manifesta��es e que "o duro � o sil�ncio da repress�o". O ministro lembrou que o projeto pol�tico do PT cresceu justamente fazendo movimenta��es. Por isso, a import�ncia do di�logo e entender o que est� acontecendo.
Militantes
"Este n�o � um movimento com l�deres, nem centralizado, nem hierarquizado", disse Edemilson Paran�, um dos militantes a se reunir com Gilberto Carvalho, no Planalto. Segundo Edemilson, Gilberto Carvalho, que estava acompanhado de representante do GDF, teria dito que n�o concorda com a criminaliza��o de manifestantes, a viol�ncia policial e nem a persegui��o pol�tica de integrantes das passeatas, mas n�o teria feito promessas concretas de a��o.
De acordo com Edemilson, "n�o h� nenhum il�cito" nas a��es dos manifestantes. Ele negou que seu grupo, que fez quest�o de dizer que n�o � o �nico a se mobilizar, n�o recebeu nenhum dinheiro para organizar a manifesta��o, como acusou o GDF. Edemilson Paran�, que � filiado ao PSOL, criticou a aus�ncia de representantes da UNE nas mobiliza��es e disse ver "com pesar o atrelamento completo da UNE" ao governo.
Depois, o ministro Gilberto disse que n�o iria fazer ju�zo de valor sobre a atua��o da pol�cia e que n�o se ia criminalizar manifestantes. Ao falar sobre a presen�a de funcion�rios p�blicos federais, inclusive da secretaria geral da Presid�ncia que ele comanda, nas manifesta��es, o ministro salientou: "n�o podemos impedir que servidores se manifestem fora de seu hor�rio de trabalho". Mas, se houve pr�tica de il�cito, acrescentou, se houver provas, eles devem ser criminalizados.