Bras�lia – Em tom cuidadoso, o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, alertou nesta ter�a-feira que os representantes do Poder P�blico precisam estar atentos �s novas formas de manifesta��o popular que tem tomado conta do pa�s nos �ltimos dias no pa�s. Segundo ele, a ades�o ampla e massiva da popula��o em diversas capitais na tarde e noite de ontem comprova um “descontentamento geral”.
Ainda assim, Gilberto Carvalho reconheceu problemas, como o de mobilidade urbana, nas grandes cidades. O ministro citou, por exemplo, o caso da capital paulista onde, segundo ele, a frota de transporte coletivo � a mesma de dez anos, apesar de o n�mero de usu�rios ser muito maior. Para ele, esse � um problema que precisa ser solucionado pelo governo. Carvalho acrescentou que, nas conversas com grupos de jovens, os manifestantes declararam que querem mais conquistas e inclus�o.
“Os jovens diziam que o [Est�dio Nacional] Man� Garrincha fica a poucos quil�metros do Hran [Hospital Regional da Asa Norte, unidade p�blica de Bras�lia] que est� cheio de problemas. Se n�o formos sens�veis, vamos ficar na contram�o da hist�ria”, alertou. “Estamos na emerg�ncia de vontade clara de participa��o variada. Nem nos nossos tempos colocamos 100 mil pessoas nas ruas como vimos ontem.”
O ministro lembrou que, no s�bado, em Bras�lia, deixou de ver o jogo para tentar conversar com manifestantes e entender a pauta de manifesta��es. Ontem, ele se reuniu com grupos menores de jovens para dar continuidade aos di�logos. “S�o novas formas de organiza��o e mobiliza��o que n�s, da gera��o de 1970 e 1980, n�o conhec�amos. As redes sociais, a vontade de participa��o que sai do Facebook para a pr�tica, traz um novo repert�rio”, disse.
Na avalia��o de Carvalho, a multiplicidade de grupos se expressou claramente no comportamento dos manifestantes. Segundo ele, ficou evidente que a grande maioria se expressou pacificamente, mas que um grupo menor de manifestantes extrapolou em S�o Paulo, Bras�lia e no Rio de Janeiro. “N�s, em contato com governadores, falamos que aquele era o limite. N�o se permite a entrada no Congresso Nacional ou no Pal�cio dos Bandeirantes”, explicou, destacando que assim como � l�cita a manifesta��o da popula��o nas ruas, � l�cita a atua��o da pol�cia na prote��o de pr�dios p�blicos.
Para Gilberto Carvalho, desde as primeiras manifesta��es, a pol�cia teve comportamentos diferenciados. “Primeiro foi tolerante. Num segundo momento, houve excesso e ontem, foi tolerante. Em S�o Paulo, a pol�cia foi exemplar ontem, assim como em Bras�lia, onde, no s�bado, detectamos o uso de balas de borracha, mas teve interven��o do governador e ontem o processo foi conduzido de maneira adequada”, avaliou.