
“� irrevers�vel. Considerei realmente que o meu trabalho na Comiss�o da Verdade cumpriu-se, chegou ao fim. Ent�o, entendi, por raz�es estritamente pessoais, que era o tempo de encerrar. Acho que j� fiz um trabalho, participei de diversos debates no pa�s, produzi 150 textos escritos. Tudo na vida tem o seu tempo. E esse foi o meu tempo”, explicou Fonteles, em entrevista durante um ato realizado ontem contra a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 37, na Procuradoria Geral da Rep�blica.
Questionado se a postura do governo em rela��o � comiss�o ou �s desaven�as internas influenciaram em sua decis�o, Fonteles negou. “Quanto ao governo, de maneira alguma. Quanto �quilo j� foi noticiado pela imprensa (diverg�ncias internas), n�o pesou, at� porque foi sanado. As pessoas que n�o tinham essa ideia se convenceram de que � �til e fundamental para o pa�s que a Comiss�o Nacional da Verdade seja um mero instrumento da cidadania.”
Pontuando que “ningu�m � insubstitu�vel”, o ex-procurador avalia como positiva a possibilidade da chegada de novos integrantes � comiss�o. Al�m da vaga dele, h� outra aberta, com o pedido de desligamento do ministro do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) Gilson Dipp da comiss�o.
Irrevers�vel
Cl�udio Fonteles disse que n�o procurou a presidente Dilma Rousseff para comunicar sua ren�ncia. Segundo ele, coube � advogada Rosa Cardoso, atual coordenadora da comiss�o, enviar um documento ao Pal�cio do Planalto. “A minha vida tem sido sempre assim. Eu larguei a Procuradoria-Geral da Rep�blica e ningu�m pensava que eu ia largar, eu n�o quis a recondu��o”, completou .
A Comiss�o de Familiares de Mortos e Desaparecidos, que agrega parentes de v�timas da ditadura militar, divulgou uma nota na qual apela que Fonteles permane�a no cargo. Ele garantiu na entrevista, por�m, que sua decis�o � “irrevers�vel”.
Ziller de volta
A restitui��o simb�lica do mandato de Armando Ziller, um dos comunistas mais antigos do pa�s, foi aprovada ontem na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da Assembleia. Eleito em 1947 pelo Partido Comunista do Brasil – para a Legislatura que durou at� 1951 – pol�tico teve o mandato cassado no ano seguinte, quando, no governo do marechal Eurico Gaspar Dutra, a Justi�a Eleitoral destituiu o Partid�o. A proposta foi da deputada Luzia Ferreira (PPS), depois que o l�der nacional do PCB, Luiz Carlos Prestes, teve o mandato de senador reconhecido pelo Senado. Ziller era um l�der sindical, presidente do Sindicato dos Banc�rios de Minas.