Queda na avalia��o de Dilma indica novo ciclo, diz FGV

A queda de oito pontos na avalia��o da presidente Dilma Rousseff (PT) registrada na pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira - que passou de 63% em mar�o para 55% -, sinaliza o in�cio de um novo ciclo pol�tico e social no Pa�s com foco na melhora da qualidade de vida da popula��o, especialmente nos grandes centros, avalia o cientista pol�tico e professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Fernando Luiz Abrucio. Para ele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) realizou o ciclo de estabiliza��o econ�mica do Pa�s e Luiz In�cio Lula da Silva (PT), a estabiliza��o social.

"Esses ciclos foram bem-sucedidos, mas acho que h� um reclame mais geral hoje em dia para que haja um novo ciclo de melhora na qualidade de vida da popula��o, especialmente nos grandes centros e regi�es metropolitanas", avaliou Abrucio ao Broadcast, servi�o e not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado.

Segundo ele, apesar de a pesquisa ter sido realizada entre os dia 8 e 11 de junho, antes da erup��o de protestos pelo Pa�s, o levantamento j� conseguiu captar a sensa��o de insatisfa��o da popula��o que levou ao in�cio desses movimentos. "H� v�rios temas que levaram � erup��o dos problemas, como a quest�o ind�gena no Centro-Oeste, a quest�o dos portos, a pr�pria tarifa dos transportes, que deu o gatilho aos protestos e a mobilidade urbana. � como se essas coisas fossem se somando e n�o houve respostas � altura", disse.

Indagado se a pesquisa mostra um vi�s de baixa na avalia��o da presidente Dilma, Abrucio avaliou que isso ser� definido pelas respostas que o governo dar� aos protestos. "� dif�cil dizer. Depende do que o governo fizer de agora em diante. Est� demorando para interpretar o movimento. Se for capaz de fazer um movimento coordenado para reduzir tarifas, por exemplo, algum ganho de aprova��o ter�, sen�o n�o", disse, ressaltando que n�o apenas o governo federal deve sofrer essa queda na avalia��o, mas tamb�m os estaduais e municipais. "A insatisfa��o � geral", afirmou.

Segundo Abrucio, a queda na avalia��o da presidente aumenta as chances de ocorrer um segundo turno na elei��o presidencial do ano que vem. "Acende a luz amarela no sentido de pensar que quanto mais a Dilma perder popularidade, mais aumenta a chance de ter um segundo turno. E se ela for para o segundo turno com menos de 40% dos votos, ser� muito dif�cil levar essa", avaliou.