O governo federal j� se organiza para enfrentar uma batalha pol�tica dentro do Congresso. Em reuni�es com seus principais auxiliares, a presidente Dilma Rousseff j� foi prevenida que integrantes de sua base de apoio - aliados � oposi��o - preparam retalia��es contra o governo, insatisfeitos com a rela��o com o Pal�cio do Planalto.
Para esses parlamentares, Dilma aumentou a press�o da opini�o p�blica contra eles ao tentar "empurrar" a culpa pelos problemas do Pa�s para o Congresso, ap�s propor uma reforma pol�tica por meio de plebiscito.
As retalia��es que o Planalto tentar� neutralizar s�o pesadas. Incluem a amea�a de cria��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Copa, que investigaria gastos para o evento, e tamb�m altera��es no sistema eleitoral. Nesse �ltimo caso, um grupo de parlamentares do PP passou a defender abertamente o fim da possibilidade de reelei��o j� para as pr�ximas elei��es, o que tiraria a chance de Dilma concorrer a um novo mandato.
Num cen�rio extremo, as propostas de retalia��es poderiam incluir emenda que impe�a que governantes ocupem cargo no Executivo por mais que dois mandatos. Isso tiraria do jogo tamb�m o ex-presidente Lula e deixaria o PT sem op��es claras de candidatura presidencial. Por causa disso, o governo passou os �ltimos dias recebendo l�deres aliados e mandando recados na tentativa de abrir di�logo at� com a oposi��o. Existe a avalia��o que o maior foco de insatisfa��o est� na C�mara e que � preciso reatar as pontes de liga��o com a base de sustenta��o dentro do Congresso. As conversas e reuni�es deflagradas na semana passada t�m o objetivo de garantir pelo menos a reabertura de um canal de negocia��es.
Sem recuo. Mesmo sabendo do tamanho da encrenca que ser� enfrentar uma C�mara com at� a base aliada enfurecida, Dilma n�o recuar� novamente na ideia de reforma pol�tica. Mas � por pura falta de op��o. N�o h� dentro do governo nenhuma outra carta na manga para conter a onda de insatisfa��o que levou milhares de manifestantes �s ruas. A petista aposta todas as fichas em ajustes pontuais nos servi�os p�blicos e na reforma como respostas definitivas para aplacar o clamor das ruas.
Conforme interlocutores da presidente, caso os parlamentares se recusem a realizar o plebiscito, Dilma prev� que ainda assim poderia sair ganhando nesta batalha, pois publicamente mostraria que suas boas inten��es esbarraram na m� vontade do Legislativo. Para se ter ideia da l�gica presidencial, ela tomou como vit�ria pessoal a aprova��o no Senado do projeto que tipifica corrup��o como crime hediondo, na quarta-feira. Embora a vota��o tenha sido realizada pelos senadores, Dilma contabilizou a fatura em sua conta, pois foi a primeira a retomar a ideia em seu discurso na segunda-feira passada.
N�o que a presidente esteja otimista, pois est� ciente de que enfrenta a pior crise nesses dois anos e meio de poder. Mesmo assim, ela pediu que uma pesquisa de opini�o fosse encomendada para tomar a temperatura entre futuros eleitores. Foi aconselhada pelo marqueteiro Jo�o Santana a esperar, pois o clima estaria "contaminado" e n�o representaria o real sentimento da popula��o. At� porque, na avalia��o do governo, as manifesta��es das ruas j� perderam for�a. O protesto programado para a �ltima quarta em Bras�lia foi considerado pelo Planalto um completo fracasso.
Eram esperadas 50 mil pessoas e cerca de 4 mil policiais foram acionados. Mas os PMs encontraram, no auge da concentra��o, apenas cerca de 5 mil manifestantes. Dilma acha que a viol�ncia de v�ndalos infiltrados nos eventos est� assustando os manifestantes e dispersando o movimento. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.