Os manifestantes que ocupavam, h� seis dias, a C�mara de Vereadores de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixaram hoje o local. Eles se retiraram da sede do Legislativo ap�s a negocia��o de um termo de compromisso assinado pelo presidente da C�mara, Marcelo Zappe Bisogno (PDT), que se comprometeu a afastar, em at� 30 dias, o procurador jur�dico da Casa, Robson Zinn, que tamb�m � presidente municipal do PMDB, mesmo partido do prefeito do munic�pio, Cezar Schirmer. No documento, os parentes das v�timas do inc�ndio ocorrido na madrugada de 27 de janeiro na Boate Kiss dizem que n�o se op�em � continuidade do trabalho da comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) que investiga a trag�dia. O prazo limite para apresenta��o do relat�rio final � a pr�xima quarta-feira (3). Por�m, os manifestantes sugerem a ren�ncia dos tr�s vereadores que integram a CPI, Maria de Lourdes Castro (PMDB), Sandra Rebelato (PP) e Tavores Fernandes (DEM). "T�nhamos duas pautas: a anula��o da CPI e a sa�da do procurador da C�mara. Entendemos que poder�amos deixar a CPI acabar, porque o prazo � esta semana, e resolvemos negociar a sa�da do procurador no prazo m�ximo de 30 dias", disse � Ag�ncia Brasil o presidente da Associa��o de Familiares de V�timas e Sobreviventes da Trag�dia de Santa Maria, Adherbal Ferreira. Cerca de 300 pessoas ocupavam a C�mara desde a �ltima ter�a-feira (25). De acordo com Ferreira, a ocupa��o come�ou ap�s o vazamento de uma conversa entre a presidenta da CPI, Maria de Lourdes, o vice-presidente, Tavores Fernandes, e um assessor, que avaliavam a possibilidade de pedir o indiciamento do secret�rio de Rela��es de Governo e Comunica��o de Santa Maria, Giovani M�nica, e do prefeito Cezar Schirmer. Segundo Ferreira, o procurador da Casa, Robson Zinn, articulava para que a investiga��o n�o atingisse o Executivo Municipal. Antes de deixar a C�mara, os manifestantes fizeram uma limpeza no local. "Limpamos tudo, pintamos as paredes, e ficou melhor do que estava. Com essa ocupa��o acabamos fazendo duas limpezas: uma na casa e outra pol�tica", disse Ferreira. A divulga��o da grava��o gerou como��o na cidade. "Chegamos a reunir mais de 35 mil pessoas em um protesto. As pessoas n�o aguentam mais ver essa impunidade", ressaltou Ferreira, que n�o descarta a possibilidade de os manifestantes elaborarem um relat�rio paralelo ao da CPI. O inc�ndio na Boate Kiss, no dia 27 de janeiro deste ano, resultou em 242 mortes. O fogo teve in�cio durante a apresenta��o da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirot�cnicos no palco. O inqu�rito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou 12. J� o Minist�rio P�blico denunciou oito pessoas %u2013 quatro por homic�dio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justi�a aceitou a den�ncia, mas decidiu, no dia 29 de maio, conceder liberdade provis�ria aos envolvidos no inc�ndio, o que provocou revolta na popula��o. Na pr�xima semana, as oitivas com as testemunhas da trag�dia ser�o retomadas pela Justi�a.