A proposta que o PT apresentou aos aliados para a realiza��o de um plebiscito sobre reforma pol�tica escondeu as principais bandeiras do partido em rela��o ao tema: o financiamento p�blico de campanhas e o voto para deputados e vereadores em listas fechadas elaboradas pelas legendas. O PT discutiu a proposta na manh� desta ter�a-feira, 16, com PC do B, PDT e PSB, mas os pr�prios aliados j� manifestarem resist�ncia � forma como o partido da presidente Dilma Rousseff pretende fazer a consulta.
A forma como o PT prop�e o debate sobre o sistema de vota��o tamb�m oculta o objetivo do partido. A ideia � perguntar ao eleitor qual sistema ele prefere entre "proporcional", "distrital", "misto" ou "majorit�rio". A lista fechada, defendida pelo PT, ocorreria dentro do sistema proporcional, mas dentro deste mesmo modelo pode ser feita a lista aberta, como � o sistema atual.
O PT incluiu ainda no question�rio uma pergunta se o eleitor concorda com um parlamentar deixar o partido sem perder o mandato, sobre uma reserva de um ter�o das vagas no Legislativo para mulheres e sobre a possibilidade de participa��o popular por meio da internet apresentando propostas de mudan�as na Constitui��o e outras leis.
A proposta teve o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) a frente da elabora��o, mas o texto submetido aos aliados tem a assinatura do l�der do partido na C�mara, deputado Jos� Guimar�es (CE). Na justificativa do projeto, argumenta-se que a reforma pol�tica � uma "necessidade inadi�vel" e que os "v�cios, deformidades e as pr�prias virtudes do modelo" precisam ser aperfei�oados com a "efetiva participa��o do cidad�o". O plebiscito � descrito como "um dos instrumentos mais eficazes e legitimadores das mudan�as que reclama toda a sociedade".
Segundo aliados, o PT concorda em fazer mudan�as nas perguntas. Para conseguir apresentar a proposta � preciso ter o apoio de 171 deputados e para coloc�-la em vigor e necess�ria maioria na C�mara e no Senado.
O l�der do PSB na Casa, deputado Beto Albuquerque (RS), afirmou que o partido de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidenci�vel, n�o tem pressa para a eventual realiza��o da consulta e atacou a proposta do PT. "N�s n�o vamos assinar nada ainda. Est� claro que � algo que se for realizado ser� nas pr�ximas elei��es para valer em 2016. N�o precisa dessa pressa. E essa pergunta sobre financiamento n�o esclarece se a pessoa � ou n�o a favor do financiamento p�blico", avaliou. O l�der do PSB afirmou ainda que seu partido exige a inclus�o da coincid�ncia de elei��es em eventual consulta popular.
O l�der do PDT na C�mara, deputado Andr� Figueiredo (CE), afirmou que a proposta apresentada n�o atende a seu partido. Ele quer a inclus�o no texto da possibilidade de uma assembleia nacional revisora para fazer mudan�as na Constitui��o e da discuss�o sobre o fim da reelei��o para cargos no executivo com mandato de cinco anos.
