S�o Paulo - A Comiss�o Nacional da Verdade vai investigar empresas p�blicas e privadas que teriam colaborado com �rg�os de repress�o na ditadura. Se houver ind�cios de persegui��es ou viola��es de direitos humanos, o grupo buscar� caminhos jur�dicos para que elas sejam responsabilizadas e paguem indeniza��es aos trabalhadores prejudicados.
“Temos documentos que mostram que empresas como Monark, Petrobras, CSN, Volkswagen, Ford, Correios e Embraer colaboravam com os organismos de repress�o. Elas entregavam fichas de empregados ao Dops (Departamento de Ordem Pol�tica e Social). Vamos apresentar tudo isso no dia 22 em um ato que marcar� os 30 anos da Greve Geral de 1983”, disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, secret�rio nacional da Conlutas. O Dops era uma esp�cie de central de repress�o da ditadura militar.
Segundo Rosa Cardoso, a comiss�o est� estudando o caso de outros pa�ses que seguiram esse caminho. “Vamos fazer um levantamento das empresas a que se pode pedir repara��o.” O colegiado vai estudar comiss�es de anistia da Argentina e Alemanha, onde empresas foram responsabilizadas por perseguir trabalhadores durante a ditadura e o regime nazista.
Indeniza��es
O colegiado ainda estuda sugerir ao governo que altere os crit�rios de pagamento de indeniza��es da Comiss�o da Anistia a v�timas da ditadura. Os sindicalistas alegam que os trabalhadores de f�bricas recebem valores bem menores do que outras categorias, como jornalistas e pol�ticos. Rosa Cardoso reconhece que a indeniza��o para algumas categorias tem sido “irris�rias”.
Os sindicatos tamb�m far�o levantamento de entidades que sofreram invas�es. “Trezentos e cinquenta sindicatos foram invadidos no dia golpe e outros 600 ao longo da ditadura. Mais de 5 mil trabalhadores est�o desaparecidos”, disse Expedito Solaney, secret�rio de Pol�ticas Sociais da CUT.
Rosa Cardoso afirmou que concorda com as reclama��es dos familiares de perseguidos pela ditadura que enviaram carta ao colegiado pedindo transpar�ncia e celeridade na atua��o da comiss�o, al�m da substitui��o imediata de Gilson Dipp, que deixou o grupo por motivos de sa�de. “O n�mero (de integrantes) � pequeno para atender �s tarefas nacionais da comiss�o. A reposi��o de seus sete membros � uma demanda absurdamente justa e que n�o pode mais ser postergada.” Ela tamb�m criticou as For�as Armadas. “As For�as Armadas dizem que os arquivos foram queimados. N�o acredito nisso. Imagino que eles foram microfilmados. Se n�o foram, isso fugiria ao procedimento normal de qualquer institui��o.”
Em nota, os Correios informaram que est�o “� disposi��o da comiss�o para contribuir para o resgate da mem�ria e pelo fortalecimento da democracia.” A CSN disse que n�o iria se manifestar sobre o caso. O Grupo Estado tentou entrar em contato com as outras cinco empresas citadas, mas n�o obteve resposta at� o in�cio da noite desta ter�a-feira.