Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff enviou na manh� de ontem uma carta aos membros do Diret�rio Nacional do PT defendendo a realiza��o de um plebiscito para a reforma pol�tica e reafirmando que seu governo e seu partido ouviram a voz das ruas. A presidente, que foi convidada para a reuni�o do partido, atribuiu sua aus�ncia aos preparativos para a recep��o do papa Francisco (leia mais na p�gina 11). A carta foi entregue por um secret�rio particular da Presid�ncia da Rep�blica. A expectativa era de que Dilma enviasse a mensagem por meio de um ministro. No documento, de quatro p�ginas, Dilma diz que gostaria de estar presente ao encontro mas que a vinda do papa “me imp�e deveres aos quais eu n�o posso faltar”.
Segundo fontes, Dilma ligou para o presidente do partido, Rui Falc�o, manifestando preocupa��o com a seguran�a do papa Francisco e os �ltimos protestos no Rio de Janeiro. Na carta, a presidente diz aos militantes que ao longo desses anos ela e os correligion�rios superaram “os grandes desafios de governar este pa�s” e que agora h� o desafio de atender “os anseios que surgiram nas nossas ruas”. “As manifesta��es exigem de n�s a acelera��o e o aprofundamento das mudan�as que iniciamos h� 10 anos. Questionam, sobretudo, os limites e os graves problemas da nossa democracia representativa. Eles querem um novo sistema pol�tico, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto a participa��o popular que s� a reforma pol�tica balizada pela opini�o das ruas, por meio de um plebiscito, pode criar”, insistiu a presidente.
Segundo Dilma, desde o in�cio da onda de protestos ela e o PT conseguiram compreender as demandas dos manifestantes. “Ouvimos as ruas porque n�s viemos das ruas. Nos formamos no cotidiano das grandes lutas do Brasil. A rua � o nosso ch�o, a nossa base.” De acordo com ela, seu governo n�o s� ouviu as reivindica��es como fez propostas concretas por meio de pactos para melhorar os servi�os p�blicos e dar uma resposta �s manifesta��es. “Estamos trabalhando duro para atender as justas reivindica��es que v�m das ruas”, enfatizou a presidente, descrevendo os �ltimos encontros que teve com representantes de movimentos sociais e entidades.
Apoio vem do PMDB
O deputado C�ndido Vaccarezza (PT-SP) recebeu ontem o apoio p�blico do PMDB � sua indica��o. O l�der peemedebista na C�mara, Eduardo Cunha (RJ) disse no seu perfil no Twitter que se o deputado Henrique Fontana (PT-RS) fosse escolhido no lugar de Vaccarezza para coordenar os debates, o PMDB e outras legendas deixariam a comiss�o que discute a reforma. Para Cunha, o presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), indicou Vaccarezza para viabilizar a aprova��o da reforma, o que n�o ocorreria se Fontana estivesse � frente da comiss�o. “O presidente Henrique quis constituir um grupo, onde todos participariam, inclusive Fontana, mas coordenado por algu�m mais isento do processo. Todos sabem na casa que a postura do Fontana, apesar de ser leg�tima, inviabilizou qualquer vota��o. Para constituir um grupo e p�r o Fontana, era s� p�r a comiss�o da qual ele � relator para funcionar, o que ele n�o consegue”, atacou Cunha. O l�der do PMDB disse que Alves n�o quis interferir na representa��o do PT, que tem o direito de escolher quem quiser para a comiss�o da reforma pol�tica. Ele disse ainda, no Twitter, que o debate no PT em torno da indica��o de Vaccarezza para a comiss�o mostra que “n�o querem debater outra proposta”.