O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tem usado boa parte de sua agenda para encontros com movimentos jovens ap�s as manifesta��es de junho. Na semana passada, chamou ao Instituto Lula militantes, representantes de movimentos sociais e redes sociais da internet. Al�m de conversas com a UNE, juventude do PC do B, PT e de entidades como MST e CUT, o petista convidou os grupos Existe Amor em SP e Circuito Fora do Eixo para tentar entender o motivo dos protestos. Segundo Pablo Capil�, do Fora do Eixo, os encontros com Lula mostraram um l�der pol�tico preocupado em abrir um “di�logo com a juventude”.
Na reuni�o, ele defendeu como prioridades os temas de direitos humanos, comunica��o, meio ambiente, cultura e juventude. Para o secret�rio da Cultura de S�o Paulo, Juca Ferreira, tamb�m chamado para a conversa da ter�a passada, h� um interesse grande de Lula em entender as demandas. “Os partidos foram longe demais na insensibilidade com os movimentos populares”, disse Ferreira.
Na �ltima quinta-feira, 18, Lula falou por quase tr�s horas para alunos da Universidade Federal do ABC (UFABC), em S�o Bernardo do Campo. Fez um discurso cheio de informalidade, respondeu a perguntas da plateia, foi aplaudido e deixou o audit�rio em meio a um empurra-empurra t�pico de popstar.
“Voc� � paraguaio?”, perguntou Lula quando um estudante pedia para posar com ele, enquanto seguran�as tentavam impedir o ass�dio na sa�da do palco, ap�s a palestra no fim da tarde. Lula encerrara a confer�ncia Nova Pol�tica Externa da Universidade em audit�rio de 400 pessoas, lotado. Dezenas de alunos tentavam se aproximar da tietagem. N�o houve vaias no audit�rio.
Ao discursar, Lula buscou intera��o com a plateia. “Mostra a faixa aqui na frente”, disse a estudantes que protestavam no fundo do audit�rio. “A� atr�s ningu�m vai ver.” O protesto era um pedido de apoio dele em favor de moradia estudantil. “Quando voc�s estiverem putos da vida, n�o neguem a pol�tica; fa�am outro partido”, pediu. Sem citar o grito de “sem partidos” ouvido nas ruas, Lula disse que “a pior coisa que pode acontecer no mundo � a gente aceitar a nega��o da pol�tica”.