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Estado de Minas

Acervo da ditadura �s claras na internet

Desde ontem documentos e processos acumulados pelo regime militar, como depoimentos de militantes pol�ticos, est�o liberados para qualquer cidad�o no site Brasil Nunca Mais Digit@l


postado em 10/08/2013 06:00 / atualizado em 10/08/2013 07:13

No lançamento do site foram apresentadas as formas de consulta. O internauta pode ler todos os documentos ou apenas trechos a partir da escolha de uma palavra-chave ou um nome. Em um dos processos, o político Amilcar Martins Filho aparece como réu (foto: NILTON FUKUDA/ESTADãO CONTEúDO)
No lan�amento do site foram apresentadas as formas de consulta. O internauta pode ler todos os documentos ou apenas trechos a partir da escolha de uma palavra-chave ou um nome. Em um dos processos, o pol�tico Amilcar Martins Filho aparece como r�u (foto: NILTON FUKUDA/ESTAD�O CONTE�DO)
Conhecer mais profundamente epis�dios dos anos de chumbo no pa�s ficou muito mais f�cil com a digitaliza��o de 900 mil p�ginas de documentos, integrantes de 710 processos da repress�o durante a ditadura militar, julgados pelo Superior Tribunal Militar, al�m de fotos, v�deos e materiais que mostram os abusos e torturas cometidos no per�odo. Parte dessa hist�ria est� dispon�vel, desde ontem, no site Brasil Nunca Mais Digit@l (https://bnmdigital.mpf.mp.br), que re�ne todo o acervo do livro Brasil: nunca mais, elaborado a partir dos anos 1980, pela Arquidiocese de S�o Paulo e Conselho Mundial de Igrejas. Entre o material est�o documentos microfilmados em 1985 e enviados aos Estados Unidos e Su��a para evitar que fossem destru�dos ainda no fim do regime de exce��o.

O lan�amento oficial aconteceu ontem, quando a coordenadora da Comiss�o Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso da Cunha, afirmou que a iniciativa vai facilitar os trabalhos de pesquisa da comiss�o, que ainda n�o tinha tido acesso a toda a documenta��o, agora digitalizada. “Vamos usar isso como refer�ncia e paradigma para nossos trabalhos. S�o depoimentos de v�timas que constam dos autos, al�m de senten�as e den�ncias dos operadores jur�dicos de ent�o”, disse. Ela anunciou tamb�m a contrata��o de mais pesquisadores para analisar esses documentos e outros que a comiss�o ajudou a digitalizar do Arquivo Nacional, do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops) dos estados e da Comiss�o da Anistia, onde h� mais de 70 mil depoimentos.

A consulta � feita pela internet, de forma simples, exigindo apenas uma palavra-chave para ter acesso a p�ginas e p�ginas de fatos hist�ricos. A busca com apenas a palavra “Minas”, por exemplo, oferece milhares de registros do per�odo de ditadura no estado. O primeiro deles � um processo elaborado no 4º Comando do Ex�rcito em Juiz de Fora, Zona da Mata, contra 17 pessoas acusadas de fundar eo Partido Comunista Brasileiro (PCB), e pertecnecer a ele, � �poca na clandestinidade.

O processo, com 3.492 p�ginas, foi instaurado em 1976 e tinha como r�us Amilcar Vianna Martins Filho, pol�tico do PSDB, que depois da ditadura assumiu v�rios cargos eletivos como os de vereador e deputado estadual, na d�cada de 1990. De acordo com a den�ncia, Amilcar, como professor de hist�ria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), era respons�vel por transmitir a seus alunos ideais comunistas. Destaca ainda que ele foi militante do PCB na d�cada de 1960 e teve registro criminal em raz�o de sua atua��o pol�tica.

Lei da anistia

O procurador dos direitos do cidad�o Aur�lio Veiga Rios aproveitou a solenidade de lan�amento do Brasil Nunca Mais Digit@l para defender uma revis�o na Lei de Anistia, que ofereceu perd�o a todos os envolvidos durante a ditadura. Ele quer que o sucessor do procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel – ainda indefinido –, assuma o compromisso de revis�o do perd�o. “� obriga��o c�vica do procurador-geral da Rep�blica fazer com que a interpreta��o da Lei da Anistia n�o seja um escudo para que as pessoas possam se esconder”, disse Rios.

Frei Betto, um dos respons�veis pela elabora��o do livro Brasil: nunca mais, tamb�m defendeu puni��o dos agentes da repress�o e de um enfrentamento maior da viol�ncia policial no pa�s: “N�o � poss�vel considerar a anistia uma amn�sia. Anistia n�o pode ser uma borracha nos crimes hediondos”.


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