S�o Paulo- O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que, para superar as manifesta��es que come�aram em junho pelo pa�s e persistem na capital carioca e em S�o Paulo, � necess�rio reconhecer que a responsabilidade dos prefeitos aumentou nos �ltimos anos.
"Queremos que o gigante permane�a atento, mas n�o revoltado", disse Paes, em refer�ncia �s manifesta��es. A sa�da para a situa��o, segundo Paes, � permitir uma melhor distribui��o dos recursos ou admitir modelos mais interessantes de gest�o. "No campo da presta��o de servi�os, pouqu�ssimos v�o demandar servi�os da Dilma", disse Paes, em evento organizado pelo Grupo de L�deres Empresariais (Lide), nesta manh� em S�o Paulo.
Paes defendeu uma nova distribui��o de recursos entre Uni�o, estados e munic�pios e criticou a pol�tica de est�mulos tribut�rios usada pelo governo federal. "Vejo a presidente entregando retroescavadeiras aos munic�pios, mas aquele dinheiro deveria estar no munic�pio e n�o em Bras�lia", criticou Paes.
"Tirando eu, o Haddad (prefeito de S�o Paulo), e talvez o M�rcio (prefeito de Belo Horizonte), o resto dos prefeitos est� com as mesmas press�es e sem condi��es de fazer (as mudan�as)", disse Paes. O prefeito mencionou ainda que h� modelos de gest�o mais eficientes do que outros. No caso da educa��o, por exemplo, o modelo � baseado no n�mero de alunos, enquanto na sa�de a medi��o de um munic�pio � feita com base na quantidade de habitantes. "O modelo da sa�de � um modelo burro, n�o estimula o gestor a investir", criticou.
Ele questionou "como fazer para ter servi�os de qualidade em um Pa�s cada vez mais urbano" se os recursos n�o est�o � disposi��o dos centros urbanos. O prefeito afirmou que essa n�o � uma cr�tica � presidente Dilma Rousseff e ressaltou que as contribui��es sociais foram criadas desde 1988 e n�o s�o partilhadas entre Estados e munic�pios. Apesar de n�o direcionar as cr�ticas, Paes foi incisivo ao comentar a concess�o de benef�cios fiscais na tentativa de aquecer a economia. Segundo ele, a "fun��o parafiscal macroecon�mica do tributo", em que a isen��o � usada para incentivar setores da economia, � extremamente prejudicial aos munic�pios.
Paes foi categ�rico ao criticar a pol�tica de benef�cios ao setor automobil�stico, dizendo que o est�mulo ao uso do autom�vel � incompat�vel com a viv�ncia nas cidades. Segundo ele, � necess�rio haver um equil�brio no uso do transporte privado. "Infelizmente nosso governo continua sendo o mesmo (na pol�tica de est�mulo ao setor). Estou virando um guerrilheiro contra os benef�cios � ind�stria automobil�stica."