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Estado de Minas

'Amarildos' querem permanecer na escadaria da C�mara


postado em 21/08/2013 16:25 / atualizado em 21/08/2013 19:30

Os sete manifestantes que permaneciam na C�mara Municipal do Rio ap�s 12 dias de ocupa��o deixaram o pr�dio �s 14h15 de quarta-feira, 21, mas afirmaram que a luta n�o acabou: eles garantem que v�o permanecer ocupando as escadarias do pr�dio, onde cerca de 40 pessoas permanecem com barracas.

Sob aplausos de pessoas que apoiavam do lado de fora, o grupo aceitou sair do Pal�cio Pedro Ernesto pacificamente depois de saber da decis�o do desembargador Fernando Fernandes, da 13ª C�mara C�vel, que concedeu a reintegra��o de posse � C�mara. Um pedido j� havia sido negado pela 6ª Vara de Fazenda P�blica.

"Meu cora��o ficou l�, formamos uma grande amizade", afirmou a dona de casa de 57 anos que ocupou a C�mara at� a noite de ter�a-feira, 20, quando saiu a decis�o do desembargador de conceder a reintegra��o de posse. Ela ficou com medo de uma poss�vel a��o violenta da pol�cia durante a madrugada e atendeu aos apelos da filha de 26 anos para que fosse embora.

A dona de casa era a �nica mulher entre os oito manifestantes que resistiram � ocupa��o ate o momento do an�ncio de que seriam retirados. N�o desistiu nem quando teve problemas g�stricos e precisou de rem�dios, nos primeiros dias.

"Recebemos muito apoio do pessoal de fora, que sempre perguntava se precis�vamos de alguma coisa. Foi isso que nos deu forcas", comentou um dos Amarildos, como se identificam os ocupantes da C�mara. Estudante de jornalismo e de rela��es internacionais, o jovem de 24 anos sempre recebia visitas do pai atrav�s do port�o. Dois tios seus que vieram de Natal tamb�m passaram no pr�dio para dar apoio ao sobrinho.

A rede de colabora��o que se formou pela internet foi fundamental para manter a ocupa��o, conta o grupo. Pelos port�es da C�mara, eles recebiam comida, �gua, itens de higiene, rem�dios e jornais. At� um restaurante natural contribuiu oferecendo refei��es para dois manifestantes vegetarianos e um vegano.

Passar tanto tempo na C�mara dos Vereadores, dormindo no Plen�rio e tomando banho de balde, fez com que o grupo vivesse algumas situa��es inusitadas. Durante os 11 dias, a �nica Amarilda da ocupa��o preferiu substituir o banho por len�os umedecidos, j� que n�o havia privacidade alguma. "A porta n�o trancava." Entre os casos curiosos, apari��es sobrenaturais eram recorrentes. "Sempre via fantasmas no corredor e na escada do sagu�o", conta o Amarildo de 39 anos, produtor cultural. Mas o medo mesmo era dos humanos. Por isso, ele se colocou na "comiss�o de seguran�a" do grupo e seu trabalho era identificar "milicianos e P2".

J� um outro Amarildo estudante de rela��es internacionais, de 25 anos, acabou mesmo confundido com uma figura recorrente da C�mara e conseguiu burlar a seguran�a da casa. Ele saiu para uma entrevista da sele��o do mestrado em sociologia, foi aprovado e voltou para a c�mara, entrando tranquilamente pela portaria.

Em algumas manh�s, o grupo tamb�m teve aulas de ioga, ministradas do outro lado do port�o por professoras volunt�rias. J� � noite, os sambas tiveram at� a presen�a de um policial, que fez quest�o de pedir uma m�sica: "A semente", de Bezerra da Silva, que faz refer�ncia � atua��o intimidadora da pol�cia. Tamb�m fez sucesso um integrante do Black Bloc que deu um show sambando e, ao fim da performance, em vez de tirar o chap�u, tirou a m�scara.

O grupo se emocionou quando recebeu a visita de uma menina autista de 14 anos, que chegou a entrar na C�mara para falar com eles. "A fam�lia disse que ela pediu para conhecer a gente", contam os Amarildos.


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