
Atualmente h� ainda dois representantes da Pol�cia Militar na Assembleia Legislativa: Sargento Rodrigues (PDT) e Cabo J�lio (PMDB) – esse �ltimo era suplente, mas assumiu a cadeira com a ren�ncia do deputado Ant�nio J�lio (PMDB), eleito prefeito de Par� de Minas em outubro de 2012. Para o presidente da Associa��o Central �nica dos Militares Estaduais (Cume), sargento Walter Carvalho de Souza Fagundes, o n�mero poderia ser maior se houvesse mais organiza��o e maturidade por parte dos candidatos e das entidades representativas da PM.
“Temos que fazer nomes que tenham condi��es de se candidatar e ganhar. E trabalhar uma conscientiza��o pol�tica. Estamos em um processo de amadurecimento pol�tico e a vis�o futurista � fazer uma bancada da seguran�a p�blica”, aposta o sargento Walter. Em encontro realizado no dia 2, na C�mara Municipal de Belo Horizonte, um dos pontos discutidos foi a recomenda��o para que aqueles que encontram dificuldades em se candidatar apoiem outros colegas. Outro alerta � que n�o d� para os candidatos contarem apenas com o voto dos militares.
Foi o que fez o vereador Vilmo, depois de perder duas elei��es consecutivas para a C�mara de Belo Horizonte. “O que precisa � que o candidato participe mais dos problemas da sociedade. Para ser eleito, precisa do voto de toda a sociedade”, ensina. Uma boa bandeira � o aumento da criminalidade, que segundo a categoria � resultado da falta de investimentos espec�ficos e da legisla��o em vigor. “Tal situa��o n�o � consequ�ncia da atua��o das pol�cias Militar e Civil ou do Poder Judici�rio”, discursou Vilmo, no encontro do in�cio deste m�s.
Por enquanto n�o h� qualquer orienta��o partid�ria, at� porque os militares n�o precisam de pressa: eles podem se filiar a um partido pol�tico at� tr�s meses antes do in�cio da campanha eleitoral, ou seja, at� abril. A princ�pio cada candidato poder� escolher a qual legenda se filiar, mas a ideia � que optem por partidos em que seja poss�vel a elei��o com menos votos. Para ter uma ideia, os quatro parlamentares militares de Minas Gerais pertencem, cada um, a uma legenda diferente.
Como servidores p�blicos, os policiais militares ainda t�m direito a licen�a remunerada para fazer campanha. Se eleitos, v�o para a reserva e recebem uma aposentadoria proporcional ao tempo de servi�o: cada ano equivale a um dia de sal�rio.
QUARTEL Al�m da pouca experi�ncia pol�tica e da falta de recursos para fazer campanha, o presidente do Cume lembra que uma grande dificuldade encontrada pelos candidatos que s�o policiais militares � a falta de apoio do comando da corpora��o e de v�rias entidades da categoria. “Nem a abertura nos quart�is para a divulga��o das candidaturas temos”, lamenta o sargento Walter.
Sem dinheiro, os candidatos acabam contando apenas com a divulga��o nos programas gratuitos de r�dio e televis�o. Recentemente representantes de entidades dos militares tiveram um encontro com o comandante da PM, coronel M�rcio Martins Sant’Ana, para tratar das elei��es do ano que vem. A assessoria de imprensa da Pol�cia Militar foi procurada pela reportagem, mas n�o retornou o pedido de entrevista com o comandante.
Movimento grevista
MEM�RIA
A participa��o de militares na pol�tica teve como marco as elei��es de 1998 – a primeira depois do movimento grevista do ano anterior, que resultou na morte do cabo Val�rio dos Santos Oliveira, de 36 anos, com um tiro na cabe�a. No ano seguinte, tr�s dos l�deres da greve foram eleitos: Cabo J�lio (C�mara dos Deputados) e Sargento Rodrigues e Cabo Morais paraaAssembleia Legislativa. O primeiro foi eleito o deputado federal mais votado nas elei��es de 1998, cargo para o qual se reelegeu em 2002. Sargento Rodrigues est� naAssembleia h� quatro mandatos. Cabo Morais cumpriu dois mandatos de deputado estadual.