Em meio a muito bate-boca, vereadores e manifestantes que participaram das duas ocupa��es na C�mara Municipal de Belo Horizonte se encontraram nessa segunda-feira pela primeira vez, desde os protestos, em audi�ncia p�blica, para discutir o transporte, tema central das reivindica��es. Em duas horas de reuni�o, houve mais troca de farpas do que debate de propostas para solucionar os problemas do setor. N�o saiu do papel uma das principais reivindica��es dos jovens: a instala��o da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para investigar licita��es e os contratos de concess�o dos servi�os. At� ontem, n�o havia n�mero suficiente de assinaturas.
Os vereadores da base aliada ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), S�rgio Fernando (PV), Preto (DEM), Wellington Magalh�es (PTN) e Joel Moreira (PTC) disseram que s� v�o se posicionar sobre a cria��o da CPI depois do resultado da auditoria encomendada pela prefeitura para analisar os contratos com as empresas de �nibus. J� Leonardo Mattos (PV) afirmou n�o haver elementos concretos para a abertura da comiss�o que conta com oito assinaturas da oposi��o: s�o necess�rias 14 para instala��o. Houve bate-boca com os manifestantes. “Voc�s t�m que se preocupar em estudar um pouco”, ironizou Wellington Magalh�es, sob vaias. “Voc� n�o me representa”, devolveram os manifestantes, que acompanharam com vaias e gritos de ordem as falas dos vereadores e representantes da PBH.
Os atritos come�aram devido ao uso do microfone. Os jovens queriam tempo livre para falar assim como os vereadores e representantes da PBH e lugar na Mesa. Al�m da cria��o da CPI, os manifestantes usaram o microfone para cobrar respostas � falta de transpar�ncia nas planilhas dos custos do transporte, ao n�o cumprimento de itens dos contratos pelas empresas e � supostas irregularidades no processo licitat�rio. “Vandalismo � a politica de transporte p�blico de BH. Essa juventude que saiu �s ruas n�o est� dormindo”, criticou Gladson Reis, um dos jovens que ocupou a Casa em junho.
Integrante do N�cleo Mineiro da Auditoria Cidad� da D�vida, Eul�lia Alvarenga reclamou ainda da dificuldade em entender os c�lculos que justificam o aumento anual das tarifas das passagens de �nibus. O diretor-presidente da BHTrans, Ramon C�sar, disse que “uma dona de casa” consegue fazer a conta. Segundo ele, desde o modelo implementado durante a administra��o de Fernando Pimentel (PT) as passagens de �nibus t�m reajustes abaixo da infla��o.
J� em rela��o � reivindica��o dos manifestantes para que sejam publicadas na internet as planilhas de custo das empresas, C�sar respondeu: “N�o existe porque essa n�o � a l�gica do sistema. Com a auditoria essas planilhas ser�o reconstru�das”. Ele afirmou ainda que nos �ltimos quatro anos as empresas receberam multas de R$ 10 milh�es devido a servi�os n�o prestados. Al�m de Ramon, participaram da reuni�o, um representante da Secretaria de Or�amento e Finan�as e o Secret�rio de Gest�o Compartilhada, Pier Senesi, representando a pasta que comandou na gest�o anterior, a de Servi�os Urbanos.
Projetos
O vereador Gilson Reis (PCdoB) apresentou � C�mara um projeto de lei que concede passe livre estudantil aos estudantes de escola p�blica ou privada. Em outra frente, integrantes da Assembleia Popular Horizontal v�o protocolar um projeto de iniciativa popular – eles precisam de 95 mil assinaturas para que o projeto tramite no Legislativo – prevendo tarifa zero no transporte p�blico. Os jovens est�o organizando uma manifesta��o para esta quarta-feira no Centro da capital.