Fundado em 2004 por um grupo de petistas insatisfeitos com os rumos do governo Luiz In�cio Lula da Silva, o PSOL n�o escapou do impacto dos protestos que tomaram conta do Pa�s em junho. Diante da rejei��o de grande parte dos manifestantes a todos os partidos pol�ticos, os militantes da sigla recolheram as bandeiras, mas n�o sa�ram das ruas. No Rio, os pol�ticos com mandato participam discretamente das mobiliza��es nas ruas e os jovens do partido passaram a ser os protagonistas, mas na condi��o de integrantes de movimentos sociais e estudantis.
Em paralelo, o partido se organiza para o 4.º Congresso Nacional em novembro, e nove teses est�o em discuss�o. Todas avaliam o impacto das mobiliza��es no Pa�s, no cen�rio pol�tico e no partido. "Os gastos fara�nicos em est�dios, os investimentos p�blicos com sa�de e educa��o s�o lutas em que a gente estava h� muito tempo, mas n�o repercutiam como agora", avalia Chico Alencar (RJ), um dos tr�s deputados federais da sigla. "Tivemos a sabedoria de n�o querer embandeirar os movimentos. A gente compreendeu que a rejei��o pol�tica n�o livrava ningu�m."
No partido, segundo o deputado, h� tr�s formas de encarar os protestos. "H� os que acham que o gigante acordou e vai mudar a face do Pa�s, outros acreditam que vai dormir de novo, porque os protestos s�o inorg�nicos e extremamente diversificados. E h� os que dizem que o gigante se mexeu, voltou a dormir, mas um sono leve, com possibilidade de acordar a qualquer momento", afirma Alencar, que se inclui no terceiro grupo. "Alguns mitos foram derrubados, como o de que a classe C vai ao para�so."
Algumas teses apresentadas para o congresso do PSOL defendem uma radicaliza��o mais � esquerda. Quatro atacam diretamente Randolfe Rodrigues (AP), �nico senador da sigla, por ter se reunido com a presidente Dilma Rousseff, contrariando decis�o da Executiva nacional, ap�s a onda de protestos. Randolfe tamb�m � criticado por aceitar, em Macap�, o apoio do DEM a Cl�cio Lu�s, um dos dois prefeitos do PSOL - o outro � de Itaocara (RJ). "O PSOL j� est� � esquerda. Mais � esquerda � o precip�cio", ironiza Randolfe.