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Estado de Minas

Movimento negro foi condenado ao esquecimento


postado em 01/09/2013 00:12 / atualizado em 01/09/2013 08:37

M�rcio Barbosa, escritor e militante do movimento negro, autor de um livro com depoimentos de fundadores da Frente, todos j� falecidos, critica a pouca divulga��o dada ao movimento frente-negrino. “O protagonismo do povo negro ao longo da hist�ria brasileira foi, e at� hoje �, muito intenso, mas desconhecido.”

Segundo ele, isso � uma injusti�a, pois a Frente teve o m�rito de elaborar um projeto pol�tico para o negro e para o Brasil e suprir car�ncias imediatas de parte da popula��o negra, com a��es voltadas para educa��o, a��o cultural e participa��o pol�tica baseada no que poderia ser chamado hoje de “voto �tnico, suprapartid�rio”. “Isso numa �poca em que ainda eram populares as teses do racismo cient�fico, que afirmava que negros e mesti�os eram uma ra�a degenerada.”

Para Barbosa, o desconhecimento de sua hist�ria est� ligado ao fato de a Frente ter sido rotulada por alguns estudiosos como fascista e assim “ser condenada ao limbo”. � que no jornal da FNB chegaram a ser publicados artigos defendendo Hitler, al�m de alguns de seus l�deres serem ligados ao Movimento Integralista. “Negando-se ao negro uma hist�ria pr�pria, negando sua luta contra a discrimina��o, pode-se perpetuar a no��o de que o racismo n�o existe ou � irrelevante na sociedade brasileira, e que a��es como as da Frente Negra t�m origem num grupo minorit�rio.”

De acordo com Barbosa, independentemente da orienta��o ideol�gica ou partid�ria, o que sobressa�a era o fato de os integrantes serem negros. Essa unidade era pensada em termos conservadores, nacionalistas. O negro tinha participado do processo de constru��o do pa�s, portanto, tinha direito a ele.

Para a pesquisadora da Frente Negra Brasileira Laiana Lannes, a expans�o do movimento ocorreu em decorr�ncia do contexto da �poca. “A revolu��o de 1930 trouxe esperan�as para os negros brasileiros.”  Sobretudo em S�o Paulo e Minas, onde a Frente mais se desenvolveu, os pol�ticos da Primeira Rep�blica eram associados aos antigos senhores de escravos. “Nesse sentido, a chegada de Getulio Vargas ao poder foi, para grande parte dos negros desses estados, a derrota dos ex-senhores de escravos, que nada tinham feito para amparar essa popula��o rec�m-liberta.”

Ela explica que, quando a Frente surgiu j� havia outras entidades que congregavam negros, mas elas n�o tinham, como a Frente, “um prop�sito claro e sistem�tico de ascens�o social dos negros e combate � discrimina��o racial”.


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