Na tentativa de evitar a politiza��o do caso, o advogado de defesa do senador boliviano Roger Pinto Molina, de 53 anos, tirou o parlamentar de Bras�lia. Molina est� desde este fim de semana em uma fazenda em Goi�s, nos arredores da capital federal, e dever� ficar l� at� que o governo brasileiro defina a sua situa��o. O advogado Fernando Tib�rcio Pe�a disse � Ag�ncia Brasil que o “esfor�o agora” � para manter a discuss�o em n�vel t�cnico e jur�dico.
“O senador est� bem de sa�de e confiante que em breve a situa��o dele de asilado pol�tico ser� definida pelo governo brasileiro. Ele quer que seus direitos de asilado sejam garantidos”, disse Tib�rcio. “Mas o que nos preocupa, e por isso ele ficar� fora de Bras�lia por alguns dias, � a politiza��o do caso, que pode atrapalhar o debate t�cnico e jur�dico.”
O advogado lembrou que no Artigo 6º da Conven��o sobre Asilo Territorial de 1954, assinada pelo Brasil, � preservado ao asilado garantir sua liberdade, inclusive de express�o e de ir e vir. No artigo, o asilado � tratado como “indiv�duo [que] � perseguido”. Para Tib�rcio, � o caso de Pinto Molina, que alega sofrer amea�as das autoridades bolivianas.
Tib�rcio acrescentou que a expectativa � que nos pr�ximos dias o governo defina o status de refugiado e conceda oficialmente o asilo pol�tico a Pinto Molina. Em seguida, segundo o advogado, o parlamentar pretende ir at� o Acre, onde est�o sua mulher e filhas. “Ele fala bastante em rever a fam�lia, pois faz mais de um ano que n�o a encontra.”
H� uma semana, Pinto Molina deixou a Embaixada do Brasil na Bol�via, onde ficou por 455 dias. A retirada do senador da embaixada pelo encarregado de Neg�cios (equivalente a embaixador provis�rio) do Brasil na Bol�via, Eduardo Saboia, desencadeou uma crise pol�tica, levando � substitui��o do ent�o chanceler Antonio Patriota por Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Saboia assumiu a responsabilidade de conduzir a retirada do boliviano. Por�m, para setores do governo, como a decis�o foi tomada aparentemente de forma pessoal, houve quebra de hierarquia. Paralelamente, o governo do presidente boliviano, Evo Morales, trata Pinto Molina como suspeito em mais de 20 crimes envolvendo corrup��o e desvio de recursos p�blicos.
Em entrevista � Ag�ncia Brasil, o senador boliviano negou envolvimento nos crimes financeiros e disse ser um “perseguido pol�tico”, por defender o direito de a oposi��o ter voz na Bol�via. Para as autoridades bolivianas, a sa�da de Pinto Molina do pa�s foi uma fuga.
Morales pediu a “devolu��o” de Pinto Molina. O Minist�rio das Rela��es Exteriores informou hoje (1º) � Ag�ncia Brasil que, at� o momento, n�o recebeu documento algum do governo da Bol�via requisitando o envio do parlamentar. O senador ficou at� a �ltima sexta-feira (30) temporariamente em Bras�lia, na casa do advogado dele, no Lago Norte, um bairro nobre da cidade.