PSB se antecipa a Dilma e deixa governo

O PSB se antecipou ao Pal�cio do Planalto e deve anunciar nesta quarta-feira, 18, a sa�da do governo da presidente Dilma Rousseff e a entrega dos cargos que tem no governo. O partido se re�ne nesta quarta para tentar convencer a ala dilmista da legenda a acatar a decis�o. Tamb�m ser� decidido que n�o haver� retalia��o ao PT nos Estados governados pelos socialistas.

Os motivos da decis�o foram explicitados nesta ter�a, 17, pelo presidente do PSB e poss�vel candidato a presidente nas elei��es de 2014. "Os cargos nunca precederam nem orientaram a alian�a que fizemos h� mais de dez anos com a frente pol�tica que est� no poder", disse Eduardo Campos. "Nossa rela��o com os governos de Lula e de Dilma sempre foi de apoio desinteressado", completou o governador de Pernambuco. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo noticiou na quinta-feira, 12, , Dilma tinha decidido demitir os ministros do PSB, levando em conta queixas feitas por partidos aliados do Nordeste de uma posi��o amb�gua de Campos. A despeito de integrar a base aliada com postos importantes como o Minist�rio da Integra��o Nacional e a Secretaria Especial de Portos, articulava candidatura presidencial contra a petista. Mas na sexta-feira, 13, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva a convenceu a recuar. Lula acha que ainda � poss�vel dobrar Campos e adiar a candidatura para 2018.

Entretanto, a dire��o do PSB sentiu-se constrangida com a situa��o e nesta ter�a, durante almo�o, Campos defendeu a entrega dos cargos. O l�der do PSB na C�mara, Beto Albuquerque (RS), disse que "o partido est� constrangido com as amea�as que v�m sendo feitas por interm�dio dos jornais. N�s nunca brigamos por cargos". Integrantes do PSB lembraram que, em janeiro de 2012, o ministro Fernando Bezerra Coelho (Integra��o Nacional) procurou Dilma e falou da decis�o de sair. Mas ela n�o aceitou a demiss�o. O PSB ent�o divulgou nota dizendo que permanecia no governo, mas n�o por causa dos cargos.

Apesar da sa�da, a decis�o a ser manifestada nesta quarta n�o significar� o an�ncio da candidatura de Eduardo Campos � sucess�o presidencial. "A decis�o sobre o debate sucess�rio s� ocorrer� em 2014. Essa � uma decis�o tomada pelo partido l� atr�s e ser� cumprida", declarou Campos. Ele tentou empurrar a decis�o de devolver os cargos para o ano que vem. Mas durante o almo�o desta ter�a com a c�pula do PSB foi convencido a convocar a reuni�o extraordin�ria da Executiva para esta quarta para o an�ncio oficial.

Cid Gomes

No encontro, tamb�m haver� uma tentativa de for�ar o governador do Cear�, Cid Gomes (PSB), a obedecer o que for decidido pela Executiva. Como ele � favor�vel a que o partido permane�a no governo, ter� de seguir a decis�o que for tomada.

Sabe-se que Cid, ao tomar conhecimento de que poderia haver o rompimento com o governo e a consequente entrega dos cargos, planejou filiar o ministro Leonidas Cristino (Portos) no PROS, partido que est� sendo criado. Mas agora poder� ficar de m�os amarradas. A n�o ser que deixe o PSB, o que pode ocorrer. Cid Gomes negocia tamb�m a filia��o de alguns aliados no Solidariedade, o partido que o deputado Paulinho da For�a (PDT-SP) est� criando.

A executiva do PSB dever� decidir ainda que o partido n�o tomar� nenhum cargo do PT ou de outros aliados que fa�am parte da equipe de governos socialistas. Campos disse, por exemplo, que n�o vai fazer nenhuma mudan�a em seu secretariado por causa da decis�o do partido. Chegou a comentar que Dilma pode contar com o apoio da legenda no Congresso.