Auditoria da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) revela que uma entidade contratada pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego repassou dinheiro a militantes do PDT catarinense sem comprovar se, de fato, os servi�os foram prestados. A lista inclui o ex-presidente da Juventude do partido em Santa Catarina, John Sievers Dias, que, em entrevista ao Estado, disse que o ministro Manoel Dias (PDT-SC) montou esquema para que funcion�rios da legenda recebessem da Ag�ncia de Desenvolvimento do Vale do Rio Tijucas e Rio Itaja� Mirim (ADRVale), detentora de conv�nios com a pasta.
Da rela��o, constam pessoas enquadradas como vigilantes, auxiliares de servi�os gerais, instrutores e coordenadores. Sievers aparece em documentos fornecidos pela ADRVale como “assistente de programa��o”. Segundo ele, na verdade, trabalhava para a Universidade Leonel Brizola, respons�vel pela forma��o da milit�ncia do PDT.
Al�m de Sievers, figura na lista, como “auxiliar administrativo” F�bio da Silva Pereira Machado. Ele � filiado ao partido e, segundo Sievers, tamb�m foi indicado por Dias para receber “sal�rio” da entidade.
A lista de profissionais apresentada pela ADRVale tem in�meras coincid�ncias com o quadro de militantes do PDT. Ao menos 17 s�o filiados ao partido em Santa Catarina ou eram em 2008, �poca em que, segundo Sievers, houve a ordem para que pedetistas recebessem na condi��o de “funcion�rios fantasmas” da entidade.
Um deles � Andr� Tom� Igreja, que tem carteira do PDT desde 2007 e, atualmente, ocupa o cargo de coordenador-geral de Parcerias Empresariais no Minist�rio do Trabalho. Da lista de contratados tamb�m constam coordenadores do partido em Santa Catarina e at� candidatos, como Caubi dos Santos Pinheiro, que concorreu a uma vaga de vereador em Guaramirim (SC) no ano passado. Segundo os documentos da ADRVale, ele trabalhava como “vigilante”.
Ao Estado, Sievers disse ter sido chamado por Manoel Dias, ou “Maneca”, a uma conversa em 2008, na qual acertou com representantes da ADRVale o pagamento mensal de cerca de R$ 1,3 mil pelos servi�os que ele prestava � Universidade Leonel Brizola. Na �poca, Dias era presidente do PDT-SC e comandava ainda a institui��o de forma��o da milit�ncia. Tamb�m teria participado do encontro o atual chefe de gabinete do ministro, Rodrigo Minotto.
Segundo o relato de Sievers, ainda filiado ao partido, coube a ele telefonar para uma funcion�ria da entidade, que anotou seus dados para os pagamentos, que teriam ocorrido entre fevereiro e agosto daquele ano. “O Maneca at� olhou pra n�s e disse: ‘Resolvido?’. Ele falou em torno de R$ 1.300 por m�s. N�s entramos em contato l�. Foi com uma menina, que acredito que era uma secret�ria. Ela pediu nome, RG, conta banc�ria. A partir daquele momento, no come�o de m�s, a gente ligava todo m�s e cobrava”, contou.
Dias e Minotto informaram ao Estado que “n�o havia fontes de recursos” para Sievers, porque o trabalho dele era “de militante”. Em nota, eles disseram que a ADRVale n�o tinha nenhuma rela��o com o PDT.
A ag�ncia, no entanto, era dirigida por dois filiados ao partido no Estado, Osmar Boos e Militino Angioletti, que se desvincularam da sigla em julho. O Minist�rio do Trabalho firmou ao todo seis conv�nios com a entidade, que recebeu R$ 11,3 milh�es em recursos. As parcerias s�o do per�odo em que Carlos Lupi (PDT-RJ) comandava a pasta.