Advogados dos principais personagens do esc�ndalo do mensal�o comemoraram nesta quarta-feira a decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir uma segunda chance para os condenados que conseguiram garantir pelo menos quatro votos absolut�rios. Para eles, o tribunal fez justi�a na tarde desta quarta.
"Com certeza muda. S� quem quiser tapar o sol com a peneira vai dizer que um outro relator diferente do ministro Joaquim Barbosa n�o possa ser melhor para a defesa", afirmou. "Est� evidente o modo como o ministro Joaquim conduziu o processo. Isso � negar o �bvio. Eu n�o vou negar", disse. Indagado qual seria esse modo, ele afirmou: "Extremamente rigoroso e extremamente duro." Segundo ele, "nem sempre" ser rigoroso e duro � ser justo.
Marcelo Leonardo disse que seu cliente poder�, no novo recurso, pedir a absolvi��o pelo crime de forma��o de quadrilha ou uma redu��o na pena fixada para esse delito. "Como advogado criminal, eu tenho a obriga��o profissional de utilizar todos os recursos que a Constitui��o e as leis me asseguram. Se eu n�o interpuser esses recursos, eu posso ser punido eticamente por n�o exercitar na sua plenitude o direito de defesa", afirmou.
Respons�vel pela defesa do deputado Jo�o Paulo Cunha (PT-SP), Alberto Zacharias Toron afirmou que n�o haver� um "rejulgamento da causa como um todo". "O julgamento ser� pontual, como lembrou o ministro Celso de Mello (nas condena��es onde houve quatro votos divergentes). No caso do deputado Jo�o Paulo Cunha, ser� apenas na lavagem de dinheiro e talvez do mandato parlamentar", disse. "O tribunal fez justi�a nesta tarde", completou.
O advogado Jos� Lu�s Oliveira Lima, que defende o ex-ministro Jos� Dirceu, disse que o voto dado nesta quarta pelo ministro Celso de Mello garante a seguran�a de toda a sociedade e de todos os acusados. "� uma vit�ria do estado democr�tico de direito." "Mas n�o � uma decis�o de um ministro. � uma decis�o da maioria do tribunal", ressaltou.
Segundo o advogado, no caso de Jos� Dirceu, a decis�o desta quarta-feira possibilitar� a rean�lise da acusa��o de forma��o de quadrilha. Na avalia��o de Lima, tamb�m ser� poss�vel rediscutir a dosimetria da pena fixada pelo STF para o ex-ministro, que totalizou 10 anos e 10 meses de pris�o.