
A visita da Comiss�o Nacional da Verdade, da Comiss�o da Verdade Estadual do Rio de Janeiro e de parlamentares federais ao 1º Batalh�o de Pol�cia do Ex�rcito (BPE), na capital fluminense, na manh� dessa segunda-feira, foi marcada por bate-boca e empurra-empurra entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e os senadores Jo�o Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSol-AP). Bolsonaro tentou entrar no pr�dio � for�a ap�s ter sido impedido de acompanhar a comitiva por Capiberibe, que o barrou no port�o. Em meio � confus�o, Randolfe foi atingido por um soco na regi�o abdominal, desferido por Bolsonaro, que nega a agress�o. No pr�dio em que a confus�o ocorreu, funcionou o Destacamento de Opera��es de Informa��es — Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi), principal centro de torturas no Rio durante a ditadura militar.
Em nota, o PSol informou que entrar� com representa��o contra Bolsonaro no Conselho de �tica da C�mara, “por quebra de decoro, com agravante de agress�o f�sica a um senador da Rep�blica”. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, ligou para o agredido e prometeu tomar as dores do colega. “Ele se solidarizou e colocou o Senado � disposi��o, dizendo que estudaria uma forma de representar contra Bolsonaro”, conta Randolfe, que disse tamb�m ter recebido telefonemas de apoio de outros senadores, como Cristovam Buarque (PDT-DF).
Bolsonaro se mostrou indiferente quanto a qualquer san��o: “N�o tem problema, mas gostaria que ele (Renan) assistisse �s fitas e me ouvisse”. O deputado alega que � uma “pessoa visada” e que, h� tempos, certos grupos tentam tir�-lo do cen�rio pol�tico. “Um dia, eles v�o conseguir, mas que seja por uma coisa justa”, disse.
O deputado, que � militar da reserva, alega que j� imaginava que seria barrado e que, por isso mesmo, fez quest�o de ir ao local. “Tentaram impedir a minha entrada usando de viol�ncia. Quando fui entrar, o senador (Capiberibe) meteu o bra�o no meu pesco�o e falou: ‘N�o entra’. Ele que pediu, e a� entrou o Randolfe. Come�ou a troca de insultos e forcei a barra. Empurrei com a m�o por baixo, estava um tumulto enorme, mas foi s� isso”, defende-se. “Se acham que � agress�o, paci�ncia. Se eu tivesse dado uma porrada, ele teria desmontado. Apesar dos meus 58 anos, estou bem preparado fisicamente", complementa o deputado.
Randolfe nega que o ato de Bolsonaro tenha sido um mero empurr�o. “O senhor Bolsonaro � o retrato de um Brasil que n�o existe mais, � anacr�nico. Ele tentou tumultuar a visita e, n�o tendo �xito, partiu para nos agredir”, disse. Capiberibe confirma a vers�o do colega: “Ele (Bolsonaro) se apresentou e deixei claro que ele poderia fazer a visita, mas n�o acompanhando nossa comitiva. Ele se alterou e terminou agredindo o senador Randolfe”. O senador socialista ainda comparou Bolsonaro aos militares “que extrapolaram as fun��es, torturaram, assassinaram e desapareceram com pessoas, cometendo crimes em nome do Ex�rcito brasileiro”. Depois da confus�o, a entrada de Bolsonaro foi permitida, separada da visita da comiss�o.