
Depois de chamar os petistas para o enfrentamento pol�tico ontem, durante encontro regional em Curitiba, o presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves, disse que o PT tem incapacidade cr�nica para gerir e n�o respeita o dinheiro p�blico. Segundo ele, o partido que chegar ao segundo turno das elei��es presidenciais no ano que vem, contra a presidente Dilma Rousseff (PT), vencer�. “Eu espero que seja o PSDB”, disse.
Em tom de campanha, A�cio anunciou ser hora de enfrentar o PT. “No Brasil, um partido que tem os quadros que temos n�o pode temer o embate e jamais vai tem�-lo. Estamos preparados para o embate em qualquer canto”, afirmou o senador, desafiando a legenda advers�ria. “Vamos discutir sim gest�o e �tica, porque n�s respeitamos o dinheiro p�blico. O PT o desperdi�a, desvia-o a todo instante e estimula atrav�s da impunidade crescente que isso ocorra em todos os escal�es”, acusou o tucano. A�cio ainda acrescentou: “Essa �ltima semana pegaram no Pal�cio do Planalto mais um com a boca na botija. Isso acontece a todo tempo, em todas as �reas do governo, porque desqualificaram o Estado, transformaram as ag�ncias reguladoras em instrumento de articula��o pol�tica e de elabora��o de neg�cios il�citos, como recentemente denunciou a Pol�cia Federal”, disse, sem especificar a que caso se referia.
A�cio Neves tachou de “cr�nica” a “incapacidade gerencial” do PT. “Por que n�o ocupa o governo como deve ser ocupado, por pessoas que conhecem cada uma das �reas, por pessoas que t�m compromisso com a �tica e com a efici�ncia?”, questionou. “Vamos contrapor a nossa vis�o da meritocracia na administra��o p�blica ao aparelhamento feito pelo PT”, disse. “Vamos nos contrapor a este alinhamento ideol�gico que tem orientado a pol�tica externa brasileira. Vamos falar de �tica e de efici�ncia para nos contrapormos aos desvios �ticos que este governo do PT tem mostrado ao Brasil e, ao mesmo tempo, a inefici�ncia como a sua principal marca”, acrescentou.
Privatiza��es
Ao provocar o PT, A�cio demonstrou que pretende recuperar o que os tucanos consideram as realiza��es do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), inclusive a defesa das privatiza��es – que foi tema evitado por Jos� Serra e Geraldo Alckmin, candidatos tucanos nas tr�s �ltimas elei��es ao Pal�cio do Planalto. “Querem falar de economia, vamos l�. Somos do PSDB, que estabilizou a moeda. Somos o PSDB da Lei de Responsabilidade Fiscal, que internacionalizou a nossa economia. Somos o PSDB das privatiza��es adequadas e fundamentais hoje para o crescimento da economia”, afirmou A�cio.
O tucano seguiu fazendo o que considerou ser o contraponto com os petistas. “Eles? Eles s�o os que flexibilizaram os pilares macroecon�micos que nos trouxeram at� aqui. Eles s�o aqueles que colocaram o Brasil no final da fila no que diz respeito � credibilidade e oportunidade de investimentos”, acrescentou. A�cio criticou ainda o desempenho da economia, que cresce, segundo ele, em m�dia um ter�o em rela��o aos vizinhos da Am�rica do Sul. “Chega de sermos o pa�s apenas do pleno emprego de dois sal�rios m�nimos. No total, 1,1 milh�o de postos de trabalho mais qualificados foram perdidos apenas nos dois �ltimos anos, porque a nossa ind�stria est� indo embora, porque perdeu competitividade, porque o governo n�o investiu em log�stica, porque o governo n�o garantiu a ela espa�o de competi��o e integra��o nas cadeias globais”, afirmou.
Em Curitiba, A�cio levou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e seu sabido desafeto, o governador do Paran�, Beto Richa (PSDB) – que estavam rompidos –, para o mesmo palanque, justificando que o PSDB deve estar unido se quiser vencer as elei��es do pr�ximo ano. A pend�ncia entre ambos foi resolvida por A�cio, que lan�ou Richa � reelei��o e a candidatura de Alvaro Dias ao Senado no ano que vem.