Bras�lia - Apesar de ter celebrado a perman�ncia de Jos� Serra no PSDB como uma vit�ria para seu projeto de poder, o comando tucano se prepara agora para outro processo tenso: evitar atritos do ex-governador paulista com o senador mineiro A�cio Neves na disputa por espa�o no debate pol�tico nacional.
A ideia, portanto, � evitar ao m�ximo as rusgas entre os dois. Pelo plano tra�ado pelos aliados de A�cio, Serra continuar� dizendo que seu nome est� � disposi��o como presidenci�vel. O senador mineiro, como atual presidente do partido, adotar� um discurso segundo o qual � uma honra contar com um nome t�o forte como o do colega para disputar a Presid�ncia.
Serra j� disputou a Presid�ncia pelo PSDB nos anos de 2002, quando foi derrotado por Luiz In�cio Lula da Silva, e em 2010, quando foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff.
Os aliados de Serra, diante da tentativa de boa conviv�ncia dos colegas ligados a A�cio, devem evitar fustigar o rival interno com a tese de realizar pr�vias para a escolha do candidato do partido � Presid�ncia.
A ideia � que os dois grupos insistam na tese de que � preciso derrotar o PT. Trata-se de um discurso j� explorado por Serra na nota divulgada na �ltima ter�a-feira (1º), na qual anunciou que permaneceria no partido. Nos �ltimos meses, o ex-governador paulista alimentou a possibilidade de deixar os tucanos e se filiar ao PPS a fim de disputar o Pal�cio do Planalto em 2014.
A avalia��o de amigos de Serra � que ele sabe que, agora, n�o tem como vencer o confronto interno com A�cio numa pr�via, mas espera se manter como protagonista do processo.
O combinado � que o martelo ser� batido em mar�o, com a realiza��o de um evento com a presen�a dos dois. “Hoje o candidato que conta com o apoio da maioria do partido � o A�cio, mas o Serra tem consci�ncia de que � um nome dispon�vel para entrar na disputa a qualquer momento”, diz, por exemplo, o ex-vice-governador paulista Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB e aliado de Serra.
Um ponto de encontro entre os dois grupos � que o ex-governador paulista poder�, se disputar uma vaga no Congresso e vencer, comandar um processo de reforma pol�tica que proporia, entre outros pontos, o fim da reelei��o e a ado��o do mandato presidencial de cinco anos. Isso possibilitaria a Serra reivindicar uma candidatura em 2019, quando ter� 77 anos - a reelei��o foi aprovada no governo Fernando Henrique Cardoso, que se beneficiou da emenda constitucional e obteve um segundo mandato no Pal�cio do Planalto em 1998.
A possibilidade de Serra disputar uma vaga no Congresso congela a disputa pela candidatura ao Senado em S�o Paulo pelo menos at� mar�o de 2014. Tanto serristas quanto aecistas duvidam que o ex-governador aceite disputar uma cadeira de deputado federal e realize o sonho de dez entre dez tucanos paulistas.
A sa�da mais �bvia para Serra � mesmo disputar o Senado contra o PT no mesmo palanque do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tentar� reelei��o em S�o Paulo, “Acho que o Geraldo seria fortalecido com a candidatura de Serra ao Senado”, afirmou nessa quarta (2) Jos� Henrique Lobo, tucano com bom tr�nsito nas duas alas do partido.