Dilma manda minist�rio refor�ar seguran�a de dados ap�s den�ncia de espionagem

Brasilia - O Minist�rio de Minas e Energia (MME) tamb�m foi espionado por ag�ncias estrangeiras, segundo reportagem veiculada nesse domingo no programa Fant�stico, da Rede Globo. Em nota, o MME, classificou como “grave” o monitoramento de seus sistemas de comunica��o e de armazenamento de dados. Por meio de sua conta no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff informou j� haver determinado ao ministro da pasta, Edison Lob�o, uma “rigorosa” avalia��o e o refor�o da seguran�a desses sistemas.

De acordo com a mat�ria do Fant�stico, a espionagem de autoridades brasileiras n�o est� sendo feita apenas pelos Estados Unidos. Conta tamb�m com a participa��o da Ag�ncia Canadense de Seguran�a em Comunica��o (Csec), que teria mapeado as comunica��es de computadores, telefones fixos e celulares do minist�rio.
A reportagem lembra que, de cada quatro grandes empresas de minera��o do mundo, tr�s t�m sede no Canad�, pa�s que, segundo o ministro da pasta, Edison Lob�o, tem interesse sobretudo no setor mineral brasileiro. Segundo nota do MME, a espionagem “sugere a tentativa de obten��o de informa��es estrat�gicas relacionadas com as �reas de atribui��o da pasta”.

A presidenta Dilma Rousseff, que tamb�m foi alvo da espionagem norte-americana, disse pela rede social que confia na seguran�a do sistema de dados do MME, mas que a denuncia confirma as raz�es econ�micas e estrat�gicas por tr�s dos atos da ag�ncia de intelig�ncia canadense. “A reportagem aponta para interesses canadenses na �rea de minera��o”, escreveu.

Dilma informou, ainda, que o Minist�rio de Rela��es Exteriores vai pedir explica��es do governo do Canad�. “A espionagem atenta contra a soberania das na��es e a privacidade das pessoas e das empresas”, escreveu. A presidenta ressaltou o fato de que Edward Snowden (o primeiro a fazer as den�ncias de espionagens feitas pelos EUA) trabalhava havia apenas tr�s meses na empresa que prestava servi�os � NSA e, mesmo assim, teve acesso a todos os arquivos que serviram de fonte para as den�ncias divulgadas at� agora.

Segundo Dilma, tudo indica que os dados da NSA s�o acessados pelos cinco governos citados na den�ncia - Estados Unidos, Inglaterra, Canad�, Austr�lia e Nova Zel�ndia - e pelas milhares de empresas prestadoras de servi�o com acesso a eles. “� urgente que os EUA e seus aliados encerrem suas a��es de espionagem de uma vez por todas”, escreveu a presidenta. “Isso � inadmiss�vel entre pa�ses que pretendem ser parceiros. Repudiamos a guerra cibern�tica”.

Ao chegar nessa manh� ao Senado, onde participa de audi�ncia p�blica, o ministro Edison Lob�o disse considerar “lament�vel” o fato denunciado, mas acrescentou que o pa�s j� est� tomando todas as provid�ncias com rela��o � quest�o. “Em respeito ao meu minist�rio, nosso sistema � bom e confi�vel. Mas teremos que, daqui para frente, melhorar ainda mais, para evitar que fiquem mexendo”, disse o ministro.

Lob�o n�o quis fazer avalia��es sobre a inten��es dos “bisbilhoteiros”. Segundo ele, o governo est� estudando o preju�zo que o ato de espionagem pode ter produzido. “Estamos em processo de exame, para saber a profundidade de tudo isso”. O ministro avaliou que os leil�es p�blicos n�o foram objeto da espionagem porque as regras deles s�o claras e transparentes.

Uma comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) do Senado est� investigando as den�ncias de espionagem contra as autoridades brasileiras. A presidenta da comiss�o, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), disse que o colegiado est� com material denso nas m�os. “Vamos conseguir detalhes dessas intercepta��es e como est�o fazendo o monitoramento”. Segundo ela, apesar de a descoberta ser “assustadora”, todos j� sabiam da sua exist�ncia. A expectativa � que a comiss�o apresente em dezembro propostas ao governo, tanto para responder � espionagem como para criar mecanismos de prote��o aos sistemas de informa��o.

A mat�ria do Fant�stico mostra uma apresenta��o datada em junho de 2012 sobre como funciona o programa de computador chamado Olympia, ferramenta de espionagem da Csec, que tinha como alvo as comunica��es telef�nicas e de computadores do MME. Al�m de identificar n�meros de celulares, a ferramenta identificou tamb�m registro dos chips, marcas e at� os modelos dos aparelhos usados.
A apresenta��o era dirigida a analistas ligados a ag�ncias de espionagem dos cinco pa�ses, que constituem um grupo chamado de Five Eyes (Cinco Olhos). Ao final da apresenta��o, foi sugerida uma opera��o conjunta com uma equipe de elite dos espi�es cibern�ticos da Ag�ncia Nacional de Seguran�a dos Estados Unidos (NSA).