S�o Paulo - Cinco dias ap�s o an�ncio de sua alian�a para a elei��o de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva se encontraram nessa quinta-feira em S�o Paulo para desfazer focos de tens�o. Em seguida, a dupla convocou uma entrevista para afirmar que a defini��o do nome do candidato do PSB � Presid�ncia ocorrer� apenas no ano que vem.
O estranhamento entre os “sonh�ticos” da Rede, cujo registro foi negado pela Justi�a Eleitoral por falta de assinaturas de apoio, e os dirigentes do PSB, onde os “marineiros” se abrigaram, come�ou depois que integrantes dos dois grupos come�aram a questionar publicamente quem estaria na cabe�a da chapa. No lan�amento da alian�a, no s�bado passado, Marina disse que iria “adensar” a candidatura de Campos, que j� estava “posta”. Seus auxiliares chegaram a dizer que a ex-ministra aceitaria ser vice. Depois, por�m, Marina deu entrevistas em que sugeriu estar disposta encabe�ar a chapa ao Planalto. Tamb�m surgiram outros pontos de atrito, envolvendo alian�as e espa�o pol�tico.
“A decis�o que n�s temos tomada com muita clareza � que estamos fazendo uma alian�a que busca a identidade. � preciso come�ar essa alian�a n�o pelos nomes, mas pelo conte�do”, disse Campos na entrevista. O governador afirmou, ainda, que a alian�a n�o se iniciaria cometendo “os mesmos erros” das pr�ticas pol�ticas que os dois condenam. “Em 2014 n�s vamos tomar uma decis�o sobre a chapa. N�o haver� nenhum problema entre o PSB e a Rede no que tange essa quest�o.”
Marina disse fazer das palavras do governador as suas. Para a ex-ministra, a alian�a vai inverter o processo tradicional da pol�tica em que “faz-se a alian�a eleitoral, ganha-se os governos e depois inventa-se um programa”.“Vamos adensar essa alian�a, dar subst�ncia a esse conte�do pol�tico e a� sim o que � uma alian�a program�tica poder� se tornar, se deus quiser e o nosso trabalho, uma alian�a f�tica.” Marina tamb�m criticou a “ansiedade t�xica” da “elei��o pela elei��o e do poder pelo poder”. “O que vai fazer a diferen�a n�o � o tempo de televis�o, n�o � o marketing, n�o � a estrutura. � a nova postura”, disse Marina.
Pesquisas
Campos foi questionado se est� confort�vel em liderar a chapa mesmo com Marina aparecendo na sua frente nas pesquisas de inten��o de voto. Respondeu no melhor estilo “sonh�tico”: “Completamente. Nem eu nem a Marina estamos buscando candidaturas. Estamos buscando uma nova pol�tica. Em 2014 n�s vamos tomar uma decis�o sobre a chapa”.
O governador aproveitou para reafirmar que n�o haver� nenhum problema entre o PSB e a Rede no que tange essa quest�o. Marina concordou. Para a ex-ministra, a alian�a vai inverter o processo tradicional da pol�tica em que “faz-se a alian�a eleitoral, ganham-se os governos e depois inventa-se um programa”.
Terremoto
A dupla afirmou reiteradas vezes que � preciso tomar decis�es em “14” (ano 2014). “N�s, ao produzirmos esse encontro, n�o temos porque mudar a estrat�gia”, afirmou o governador Eduardo Campos, segundo quem a alian�a entre os dois “provocou um verdadeiro terremoto na pol�tica brasileira” e reuniu “muita gente que estava decepcionada com a pol�tica, que estava de lado”.
An�es
Marina aproveitou para rebater o marqueteiro da presidente Dilma Rousseff, Jo�o Santana, que em entrevista na semana passada � revista �poca afirmou que os advers�rios da petista s�o “an�es antropof�gicos” - sugerindo que iriam se destruir sem chegar a amea�ar uma vit�ria de Dilma.
“Quando a gente � o an�o a gente tem uma vantagem. A gente n�o olha de cima para baixo, olha de baixo para cima”, retrucou, com certo tom de ironia, a ex-ministra Marina Silva. “Olhando de baixo para cima a gente consegue ver o que est� acima de n�s. E o que est� acima de n�s � o futuro do Brasil”.