Em reuni�o comandada pela ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), a Executiva Nacional Provis�ria da Rede Sustentabilidade decidiu neste domingo, 13, que nenhum dos filiados participar� das inst�ncias partid�rias do PSB. Num encontro que durou todo o dia os aliados de Marina anunciaram que consolidar�o a cria��o do partido e que a decis�o de n�o integrar os diret�rios estaduais ou a Executiva do PSB ajuda a "manter a identidade da Rede", deixando claro que se trata apenas de uma coliga��o "program�tica".
"Foi um gesto generoso do PSB (de oferecer espa�o nas inst�ncias decis�rias da legenda), mas a nossa decis�o � importante para caracterizar a coliga��o", justificou Bazileu Margarido, da Executiva da Rede. Com a decis�o, os "marineiros" criaram uma "comiss�o de interlocu��o" com o PSB, sob a lideran�a da ex-senadora, que ficar� respons�vel por apresentar � sigla do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, as propostas para o plano de governo e as delibera��es sobre as alian�as regionais.
Tamb�m ficou decidido que n�o haver� mais filia��es de "marineiros" � agremia��o de Campos. "Esse processo de filia��o (ao PSB) est� encerrado", informou o dirigente da Rede. No encontro, que teve videoconfer�ncia com a milit�ncia nos Estados houve aprova��o "por aclama��o" da alian�a com o PSB. Eles admitem, no entanto, que o processo de convencimento de todos os militantes levar� tempo. "Esse momento (de frustra��o da milit�ncia) n�o est� superado. Vamos dialogar com a milit�ncia da Rede", afirmou Margarido. Durante a reuni�o, os "marineiros" anunciaram tamb�m que v�o retomar o processo de coleta de assinaturas para valida��o do registro da sigla junto � Justi�a Eleitoral.
Pesquisa
A ex-senadora evitou o contato com os jornalistas para "n�o se expor" e comentar o novo levantamento do Datafolha. "Ainda vamos debater isso com a base, mas a pesquisa teve um aspecto positivo que foi o crescimento do Eduardo Campos", resumiu Margarido. A pesquisa realizada na sexta-feira, 11, apontou que a presidente Dilma Rousseff venceria no primeiro turno e teria 41% das inten��es de voto, o senador A�cio Neves (PSDB-MG) outros 21% e Campos, 15%.
J� o deputado Walter Feldman (PSB-SP) classificou como o crescimento "mais extraordin�rio" o aumento das inten��es de voto registrado pelo governador. "Ele (Campos) at� ent�o era um candidato fr�gil porque (tinha) quatro pontos (de inten��o de voto) no in�cio, sem perspectiva de exposi��o e problemas eleitorais. Ele teria muitas dificuldades. O pr�prio PSB fala que esperava que (ele) s� teria dois d�gitos no ano que vem. Ent�o, na minha avalia��o, � o crescimento mais extraordin�rio", disse.
A pesquisa foi a primeira divulgada ap�s a ida de Marina, que tentou viabilizar sem sucesso a cria��o do seu partido, para o PSB presidido pelo governador de Pernambuco. Feldman, ex-tucano, seguiu os passos de Marina. Na avalia��o de Feldman, Campos � o candidato com melhores condi��es de avan�ar nas pr�ximas pesquisas porque conta com baixa rejei��o e ainda � desconhecido de grande parte do eleitorado, o que o leva a ter um potencial de crescimento maior.
Para o parlamentar, os eleitores de Marina "evidentemente" se dividiram e agora ocorre um processo de "decanta��o da decis�o" da ex-ministra de migrar para o PSB. Ele disse que n�o se preocupa com o fato de Dilma ter herdado a maior parte do esp�lio eleitoral de Marina, uma vez que, na opini�o dele, ainda "n�o est� claro" que ela se retirou da disputa em 2014 e vai ceder seu "patrim�nio" para Campos.
"A hora que tiver o desdobramento das informa��es, a nossa avalia��o � que uma parte ponder�vel (das inten��es de voto) vir� para c�. At� porque Marina representa uma parte daquilo que n�o se representa na Dilma e n�o reconhece no A�cio as condi��es de ser o destinat�rio. � uma quest�o de tempo", disse.
Questionado se Marina poderia ser a cabe�a de chapa do PSB em 2014, pelo fato de em outra simula��o na qual concorre levar a disputa para o segundo turno, Feldman negou categoricamente. Segundo ele, seria contradit�rio para a postura de "desprendimento" da ex-ministra. Ele disse que Marina cedeu seu patrim�nio para quem ela considera ter melhores condi��es para levar adiante o programa da Rede Sustentabilidade e depois ficar "conspirando o tempo todo, abalando e dificultando" a atua��o do novo partido.