A presidente Dilma Rousseff lan�ou uma ofensiva contra Marina Silva na tentativa de captar os votos dos eleitores indecisos ou daqueles que desaprovaram a uni�o da ex-senadora com o presidente do PSB, Eduardo Campos. Ambas est�o trocando farpas h� dois dias, por meio de entrevistas e postagens nas redes sociais. Al�m disso, Dilma lan�a nesta quinta-feira um plano de agroecologia sustent�vel e vai intensificar as viagens ao Nordeste at� o fim de novembro, para abafar o prest�gio do governador de Pernambuco na regi�o.
A avalia��o do Planalto � que o resultado da pesquisa Datafolha do fim de semana – mostrando Dilma Rousseff com 42% das inten��es de voto, A�cio Neves (PSDB-MG) com 21% e Eduardo Campos (PSB-PE) com 15% – � o grid de largada da elei��o presidencial de 2014. A partir da�, o esfor�o � para angariar o m�ximo de eleitores que n�o se alinharam a nenhuma candidatura at� o momento.
Dilma escolheu Marina como antagonista por reconhecer o estrago que a ex-senadora pode fazer nos planos petistas de reelei��o para o Planalto. “As coisas est�o bem encaminhadas. Mas � claro que se houver a crise econ�mica ou a Marina for a candidata no lugar de Eduardo, as coisas ficam mais dif�ceis”, admitiu um aliado da presidente.
Na �ltima segunda-feira (14), Dilma sugeriu que opositores devem estudar para apresentar propostas para o pa�s. “Acredito que as pessoas que querem concorrer ao cargo t�m de se preparar, estudar muito, ver quais s�o os problemas do Brasil, ter propostas. Eu passo o dia inteiro fazendo o qu�? Governando”, afirmou ela, durante visita a Minas Gerais. Em resposta � petista, Marina, respondeu, horas mais tarde, no Recife: “Ela (Dilma) deu um conselho de professora. Eu acho que ela d� um conselho muito bom porque aprender � sempre uma coisa muito boa. Dif�cil s�o aqueles que acham que j� n�o t�m mais o que aprender e s� conseguem ensinar”, disse Marina.
Dilma desembarcou nessa ter�a-feira na Bahia, mas n�o esqueceu a resposta dada pela ex-senadora. E achou que merecia uma tr�plica, embalada pelo Dia do Professor. A resposta veio pelo Twitter: “Acredito que a gente nunca para de aprender, aprendemos sempre, aprendemos com as outras pessoas, aprendemos estudando. N�o acredito naqueles soberbos que julgam que nascem sabendo ou que j� aprenderam tudo. Serei sempre uma aluna do mundo”, escreveu, no microblog.
Aliado de Marina, Eduardo Campos resolveu entrar na disputa pedag�gica, mas em tom bem mais ameno. “Estudar sempre � bom. Eu todo dia procuro estudar alguma coisa”, afirmou ele, durante um evento de tecnologia no Recife.
Moradia
� noite, novos ataques de Marina. Em entrevista ao Programa do J�, a ex-senadora afirmou que � preciso acabar com a polariza��o entre PT e PSDB e disse que a presidente � chantageada pelo Congresso h� quatro anos. “A gente n�o suporta mais o que est� a�. Eu acho que a gente pensa sempre, no processo pol�tico, na perspectiva de projeto de poder. Eu insisto que � preciso um projeto de pa�s e essa disputa ser� boa para todo mundo. E eu n�o consigo imaginar que a presidente Dilma Rousseff possa se sentir tranquila mais quatro anos sendo chantageada pelo Congresso”, afirmou.
A ex-senadora defendeu que a base de sustenta��o de um governo precisa ser montada apoiada em um programa para o pa�s e n�o moldada apenas em distribui��o de cargos a pessoas sem identidade para ocup�-lo. “A composi��o n�o precisa ser feita na distribui��o de partes do Estado. � poss�vel ter uma base de sustenta��o a partir de um programa”, disse ela, afirmando ser necess�rio “aposentar a Velha Rep�blica”.
Nessa ter�a-feira, em Vit�ria da Conquista, na Bahia, em clima de campanha eleitoral, a presidente anunciou planos para uma terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, depois das elei��es de 2014. Segundo ela, “n�o basta fazer 2,750 milh�es de casas no Brasil” que ser�o entregues pelo programa at� o ano que vem. "Vamos ter de repetir a dose", disse. Depois, ela corrigiu a fala para n�o ser acusada de crime eleitoral: “Quem vier depois de mim tem de repetir a dose, por isso n�s vamos avaliar uma nova quantidade de habita��es e vamos colocar a viabilidade dessas habita��es bem clara”. A presidente n�o detalhou quanto dever� ser investido nem a quantidade de casas que ser�o constru�das na terceira fase do programa habitacional. Amanh�, no Pal�cio do Planalto, Dilma lan�a o Plano Nacional de Agroecologia e Agricultura Familiar. Aprovado em junho, ele destinar� R$ 8,4 bilh�es a a��es de desenvolvimento rural sustent�vel, com financiamento e treinamento para aumentar a produtividade de pequenos agricultores familiares.