A Comiss�o Municipal da Verdade de S�o Paulo fez um pedido formal � Justi�a de Belo Horizonte para que autorize a exuma��o do corpo do motorista do ex-presidente Juscelino Kubitschek Geraldo Ribeiro, enterrado no Cemit�rio da Saudade, Regi�o Noroeste da capital. A entidade argumenta que h� diversos aspectos n�o esclarecidos e incongru�ncias na vers�o oficial sobre a morte de JK.
No fim de setembro o presidente da Comiss�o da Verdade de S�o Paulo, vereador Gilberto Natalini (PV) se reuniu com o secret�rio de Defesa Social de Minas Gerais, R�mulo Ferraz, para pedir que nova per�cia fosse feita no fragmento met�lico que foi encontrado no cr�nio do motorista Geraldo Ribeiro e tamb�m em seu corpo. O secret�rio determinou que a Pol�cia Civil fizesse uma busca em seus arquivos para que o metal fosse novamente periciado e informou que um pedido judicial deveria ser feito para que nova exuma��o pudesse ser viabilizada.
JK morreu em um acidente automobil�stico controverso, na Rodovia Presidente Dutra, em Resende, no Rio de Janeiro. Segundo a vers�o oficial, um �nibus teria fechado o Opala em que viajava o ex-presidente quando ele seguia do Rio para S�o Paulo, no km 165 da rodovia. O motorista do �nibus, Josias Nunes de Oliveira, disse recentemente em depoimento � comiss�o paulistana que, ap�s o acidente, recebeu a visita de dois homens em uma motocicleta, que lhe ofereceram uma mala de dinheiro para que assumisse a autoria do acidente.
A carta
Datada de 28 de agosto de 1975, a carta citada pela Comiss�o da Verdade de S�o Paulo trata da preocupa��o de um homem forte de Pinochet, Manuel Contreras, com a poss�vel vit�ria nos Estados Unidos de Jimmy Carter do Partido Democrata na elei��o presidencial de novembro de 1976, ap�s a ren�ncia de Richard Nixon em 1974, com o esc�ndalo de Watergate. Contreras diz a Figueiredo que compartilha de sua preocupa��o sobre a elei��o norte-americana e afirma ter conhecimento do reiterado apoio dos democratas americanos a JK e ao chileno Letelier. JK morreu em 22 de agosto de 1976, praticamente um ano depois da data da carta, Letelier morreu assassinado nos Estados Unidos em 21 de setembro de 1976, por cubanos ligados a pol�cia secreta chilena. O plano proposto, Contreras diz na carta, seria “coordenar a��es” contra certas autoridades e pol�ticos conhecidos socialdemocratas da Am�rica Latina e da Europa.
No depoimento de Serafim Jardim � Comiss�o paulistana, ele afirma ter certeza de que JK foi assassinado. ”Eu viajava com ele e escutava muito dele com rela��o a ‘est�o querendo me matar’. Inclusive, em 7 de agosto, correu o boato que ele tinha morrido num acidente de carro, um boato muito bem colocado”, disse o ex-secret�rio. Ele disse tamb�m que recebeu uma carta de “uma viol�ncia total” quando reabriu o caso da morte de Juscelino, assinada por 52 oficiais das For�as Armadas denominado “O Grupo Inconfidente”.