Em crise, DEM mineiro pressiona os tucanos

O DEM passa por uma crise em Minas Gerais. O partido, que chegou a ter uma das maiores bancadas na Assembleia Legislativa e entre os mineiros na C�mara dos Deputados durante o governo Eduardo Azeredo (PSDB) (1995-1998), est� minguando no estado. Hoje tem apenas dois deputados estaduais e quatro federais. E deve encolher ainda mais nas elei��es do ano que vem. A previs�o � do deputado federal Vitor Penido (DEM-MG). “A tend�ncia do partido em Minas Gerais, infelizmente, � de n�o crescer nada no ano que vem e, pior ainda, encolher”, lamenta o deputado, filiado � legenda h� 26 anos, desde os tempos em que o Democratas se chamava PFL (Partido da Frente Liberal). “Vejo com muita tristeza o quadro do partido em Minas Gerais”, afirma o parlamentar, que n�o deve disputar uma vaga na C�mara no ano que vem. Nas contas do deputado, se a legenda n�o obtiver espa�o significativo numa chapa para o governo do estado, s� vai conseguir, “com muita sorte”, segundo ele, eleger dois deputados federais e dois estaduais. 

� temendo esse encolhimento que integrantes da legenda pressionam o PSDB para obter espa�o nas chapas para o governo e para o Pal�cio do Planalto. O partido sonha indicar um nome para o Senado, caso o governador Antonio Anastasia (PSDB) n�o entre na disputa. O tucano � o candidato natural, mas ainda n�o deu certeza se vai mesmo concorrer ao Senado. A expectativa � de que essa defini��o aconte�a no in�cio do ano, antes de abril, fim do prazo para a desincompatibiliza��o dos chefes do Executivo que pretendem se candidatar.

Caso essa possibilidade n�o se concretize, h� uma corrente no DEM que defende o lan�amento de candidato pr�prio ao governo para puxar votos para a elei��o de deputados. Os cotados s�o o secret�rio de Transporte e Obras P�blicas, Carlos Melles (DEM), e o deputado federal Lael Varella (DEM), segundo mais bem votado no estado nas elei��es de 2010. A candidatura pr�pria enfrenta resist�ncia do presidente da legenda em Minas, deputado estadual Gustavo Correa, aliado de primeira hora do senador A�cio Neves (PSDB-MG), mas em janeiro ele deve deixar o cargo, que ser� reassumido por Melles. A esperan�a do DEM � que as conversas passem a ser conduzidas com mais independ�ncia. O partido n�o pretende participar da chapa tucana para a elei��o de deputados. A inten��o � sair sozinho ou se coligar apenas com legendas menores.

Bal�o de ensaio

Em n�vel nacional, a legenda ensaia lan�ar o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) para disputar a Presid�ncia. Para o PSDB, tudo n�o passa de bal�o de ensaio para valorizar o passe do DEM na hora do fechamento de alian�as, mas o presidente da Juventude do DEM em Minas, Italo Castelo Branco, pr�-candidato a deputado estadual, garante que a press�o � real. “Infelizmente o DEM tem cedido tanto que est� virando uma sublegenda do PSDB”, critica. Ele defende que o partido adote a estrat�gia do PSB, que se desvencilhou do PT, partido que sempre apoiou, para al�ar voo pr�prio no estado, por isso, segundo ele, cresceu tanto nos �ltimos tempos.

A legenda, de acordo Italo, apostava na filia��o do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, o que garantiria ao partido a vaga de vice-governador, mas ele acabou deixando o PSDB para ir para o PP , partido que provavelmente dever� ficar com a vaga de vice-governador na chapa tucana. “Uma das vagas na chapa do PSDB ao governo do estado tem de ser nossa por obriga��o”, reivindica o l�der da Juventude do DEM, referindo-se aos cargos de vice-governador ou senador.