Diante da submiss�o do Legislativo ao Executivo – tanto em termos de iniciativas das leis quanto da agenda pol�tica –, parlamentares que desejam continuar na carreira pol�tica enxergam na sa�da do Parlamento para um cargo no governo um acesso mais r�pido e f�cil para a transfer�ncia de verbas �s respectivas bases eleitorais. A avalia��o � da cientista pol�tica Simone Cuber Ara�jo Pinto, professora do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), do Rio de Janeiro, especialista em carreiras legislativas.
“O que sobra ao parlamentar? Como ele vai ter um comportamento s� legislativo dentro da estrutura institucional que se apresenta? Para a maioria, permanecer na carreira pol�tica depender� de aproveitar as oportunidades para atuar politicamente onde conseguir� acesso aos recursos para a sua base.”, afirma a cientista. Esse lugar � o Executivo.
No in�cio dos anos 2000, havia uma tend�ncia de cientistas sociais considerarem “falta de interesse na carreira parlamentar” a movimenta��o em zigue-zague de deputados entre os cargos executivos e o Legislativo. “O que temos percebido, contudo, � que essa movimenta��o n�o significa falta de interesse na carreira, pelo contr�rio, � uma estrat�gia usada para facilitar a reelei��o e a manuten��o da carreira pol�tica”, avalia Simone.
Ela aponta a peculiaridade do sistema brasileiro. “A estrutura de oportunidades pol�ticas em nosso sistema faz com que os parlamentares precisem se movimentar entre todas as esferas: federal, estadual e municipal. N�o h� uma hierarquia clara”, assinala, diferentemente do que, por exemplo, ocorre na Alemanha, onde o deputado federal � sempre mais importante do que as outras esferas de poder. “No Brasil, um cargo no munic�pio pode ser mais atraente em termos de ganhos pol�ticos do que continuar na C�mara dos Deputados”, afirma. A carreira pol�tica �, portanto, integrada, sem uma defini��o dessa estrutura do que � ser melhor, se deputado ou prefeito. “Por isso os parlamentares trabalham dentro das oportunidades que se apresentam, tomam os caminhos que acreditam possam trazer maiores benef�cios para a continuidade de suas carreiras pol�ticas”, diz a cientista.
Coopta��o
A especialista acrescenta que levar obras e benef�cios �s bases continua sendo a forma mais eficiente de manter a lealdade de prefeitos e l�deres dispostos a trabalhar pela reelei��o do parlamentar. Nesse sentido, o deputado em geral chega ao Legislativo mais preocupado em carrear recursos �s cidades em que � votado do que em fazer um debate pol�tico, abra�ando causas difusas. Como legislador, s� poder� levar obras e benef�cios por meio das emendas parlamentares e conv�nios com �rg�os da administra��o federal. Nesse sentido, o Executivo tem argumentos para cooptar o apoio pol�tico, o que, num sistema de fragmenta��o partid�ria, envolve intensa barganha com l�deres e bancadas nos legislativos.
“O que sobra ao parlamentar? Como ele vai ter um comportamento s� legislativo dentro da estrutura institucional que se apresenta? Para a maioria, permanecer na carreira pol�tica depender� de aproveitar as oportunidades para atuar politicamente onde conseguir� acesso aos recursos para a sua base.”, afirma a cientista. Esse lugar � o Executivo.
No in�cio dos anos 2000, havia uma tend�ncia de cientistas sociais considerarem “falta de interesse na carreira parlamentar” a movimenta��o em zigue-zague de deputados entre os cargos executivos e o Legislativo. “O que temos percebido, contudo, � que essa movimenta��o n�o significa falta de interesse na carreira, pelo contr�rio, � uma estrat�gia usada para facilitar a reelei��o e a manuten��o da carreira pol�tica”, avalia Simone.
Ela aponta a peculiaridade do sistema brasileiro. “A estrutura de oportunidades pol�ticas em nosso sistema faz com que os parlamentares precisem se movimentar entre todas as esferas: federal, estadual e municipal. N�o h� uma hierarquia clara”, assinala, diferentemente do que, por exemplo, ocorre na Alemanha, onde o deputado federal � sempre mais importante do que as outras esferas de poder. “No Brasil, um cargo no munic�pio pode ser mais atraente em termos de ganhos pol�ticos do que continuar na C�mara dos Deputados”, afirma. A carreira pol�tica �, portanto, integrada, sem uma defini��o dessa estrutura do que � ser melhor, se deputado ou prefeito. “Por isso os parlamentares trabalham dentro das oportunidades que se apresentam, tomam os caminhos que acreditam possam trazer maiores benef�cios para a continuidade de suas carreiras pol�ticas”, diz a cientista.
Coopta��o
A especialista acrescenta que levar obras e benef�cios �s bases continua sendo a forma mais eficiente de manter a lealdade de prefeitos e l�deres dispostos a trabalhar pela reelei��o do parlamentar. Nesse sentido, o deputado em geral chega ao Legislativo mais preocupado em carrear recursos �s cidades em que � votado do que em fazer um debate pol�tico, abra�ando causas difusas. Como legislador, s� poder� levar obras e benef�cios por meio das emendas parlamentares e conv�nios com �rg�os da administra��o federal. Nesse sentido, o Executivo tem argumentos para cooptar o apoio pol�tico, o que, num sistema de fragmenta��o partid�ria, envolve intensa barganha com l�deres e bancadas nos legislativos.