De folga nessa segunda-feira, os funcion�rios p�blicos aproveitaram o dia do servidor para se articularem por novas reivindica��es. Quase todas as categorias que assinaram o acordo com o governo de reajuste linear de 15,8%, dividido em tr�s anos (entre 2013 e 2015), est�o insatisfeitas e n�o descartam uma nova greve geral em 2014, mais intensa que a do ano passado. Os pedidos de aumentos salariais chegam a 78%. O argumento, dizem as lideran�as sindicais, � corrigir perdas inflacion�rias acumuladas nos �ltimos 10 anos.
No entender de Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, contudo, os aumentos reais superiores a 3% est�o descartados. A principal justificativa, explica ele, � que o Executivo, at� agosto, apresentou um superavit prim�rio (economia para pagar os juros da d�vida) consolidado de apenas R$ 54 bilh�es. A meta para o ano � de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) ou cerca de R$ 110,9 bilh�es. “O governo ter� de fazer em quatro meses o que n�o fez em oito. Al�m disso, n�o h� previs�o de receitas extraordin�rias e o Brasil ainda corre o risco de rabaixamento do rating (nota soberana). N�o d� para brincar”, assinalou Velho.
Josemilton Costa, secret�rio-geral da Confedera��o dos Trabalhadores no Servi�o P�blico Federal (Condsef) — que representa mais de 80% do funcion�rios do Executivo —, ontem, dia do servidor, n�o teve o que celebrar. “N�o temos ganhos reais desde 2003”, destacou. A entidade ressalta que o pedido de reajuste de 78% se volta, sobretudo, a 17 categorias do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), da Previd�ncia, da Sa�de, do Trabalho e da Advocacia-Geral da Uni�o.
Trata-se de uma equipara��o para servidores dos n�veis m�dio e elementar, porque, segundo a Condsef, em 2010, o governo melhorou s� os sal�rios de cinco categorias de n�vel superior: ge�logo, engenheiro, arquiteto, estat�stico e economista. O Sindicato Nacional dos Servidores do Minist�rio P�blico da Uni�o (SinaseMPU), por sua vez, garantiu que n�o abre m�o de, pelo menos, 60%.