
Depois de quatro meses, finalmente, os governos federal, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de S�o Paulo decidiram sentar para tra�ar uma a��o conjunta de combate � a��o dos black blocs nas manifesta��es. O aumento da viol�ncia, tendo como pico o fechamento da Rodovia Fern�o Dias na segunda-feira, e as cenas da agress�o ao coronel da PM Reynaldo Sim�es Rossi, na sexta-feira, na capital paulista, levaram o Planalto a dar sinal verde para que a conversa entre os entes federados sa�sse do plano virtual e passasse para o concreto.
O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, vai se reunir nesta quinta-feira com os secret�rios de Seguran�a de S�o Paulo, Fernando Grella, e do Rio, Jos� Maria Beltrame, e de Defesa Social de Minas Gerais, R�mulo Ferraz. “O Estado tem de fazer respeitar a ordem p�blica, e assim ser� feito”, defendeu Cardozo, ao informar o envio de efetivo da Pol�cia Rodovi�ria Federal de Minas e do Rio para refor�ar a seguran�a na Fern�o Dias, em S�o Paulo, onde atos de vandalismo t�m sido uma constante desde o assassinato de Douglas Rodrigues, de 17 anos, que levou um tiro na Vila Medeiros, em S�o Paulo, durante uma abordagem policial.
O ministro prestou solidariedade � fam�lia do jovem morto na a��o policial e defendeu uma apura��o criteriosa do assassinato. Dilma comentou o epis�dio pelo Twitter. “Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia s�o v�timas cotidianas da viol�ncia. A viol�ncia contra a periferia � a manifesta��o mais forte da desigualdade no Brasil”, declarou.
O ministro da Justi�a negou o envio da For�a Nacional de Seguran�a P�blica a S�o Paulo, j� que n�o houve pedido do governo paulista,e rejeitou que tenha havido demora da Uni�o em intervir no combate ao vandalismo. Cardozo anunciou ainda outra reuni�o, possivelmente nesta semana, com o Conselho Nacional do Minist�rio P�blico, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Nacional de Justi�a. Existem diagn�sticos de que os confrontos no Rio t�m um car�ter pol�tico e, em S�o Paulo, s�o fruto de a��es de criminosos ligados ao grupo que comanda os pres�dios paulistas.
Sala de emerg�ncia
Enquanto Cardozo conversava com os secret�rios de Seguran�a por telefone, Dilma articulava com os governadores de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, e do Rio, S�rgio Cabral, uma a��o conjunta mais efetiva. Quando os confrontos come�aram, h� quatro meses, tanto o tucano quanto o peemedebista disseram que n�o precisavam de ajuda. O diagn�stico, contudo, evoluiu. As tropas est�o cansadas dos confrontos e o estado emocional dos policiais come�a a preocupar os comandantes com riscode consequ�ncias mais desastrosas. Pesou tamb�m uma recente pesquisa na qual 95% dos paulistanos desaprovam os black blocs. No dia mais tenso das manifesta��es — 20 de junho, quando os vidros do Itamaraty foram quebrados —, Dilma reuniu-se com Cardozo e criou-se uma sala de emerg�ncia on-line com Grella, Beltrame e o secret�rio de Seguran�a do Distrito Federal, Sandro Avelar. Naquele momento, optou-se pelo n�o enfrentamento, temendo “um banho de sangue”, como definiu um interlocutor do governo. A viol�ncia dos black blocs fez com que as autoridades retomassem uma a��o mais en�rgica.