
N�o � f�cil para o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), administrar as manhas do ex-governador Jos� Serra (SP) para tomar-lhe a vaga de candidato a presidente da Rep�blica. Contabiliza como grande vit�ria a perman�ncia do colega tucano no PSDB, mas Serra ainda recusa todas as propostas de acordo e agora sonha com o Pal�cio dos Bandeirantes. Recentemente, o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ofereceram-lhe a vaga de vice na chapa de A�cio. Serra pediu tempo para pensar e, dias depois, voltou com a seguinte contraproposta: Alckmin na vice de A�cio e ele, Serra, candidato a governador de S�o Paulo. � claro que a proposta acabou recha�ada.
Com todos os problemas que enfrenta, Alckmin ainda � o favorito na disputa pelo Pal�cio dos Bandeirantes. A aprova��o de seu governo despencou de 52% para 38% depois das manifesta��es de junho, segundo a �ltima pesquisa Datafolha, mas 40% dos paulistanos consideram seu governo regular. A taxa dos que avaliavam a gest�o tucana como ruim ou p�ssima subira de 10% para 20%. O desempenho do petista Fernando Haddad (PT) � frente da prefeitura de S�o Paulo, por�m, teve avalia��o muito pior: caiu de 34% para 18% de bom e �timo; o �ndice de ruim e p�ssimo subiu de 21% para 40%. Ou seja, o PT perdeu o g�s que havia adquirido na elei��o municipal.
Candidato natural � reelei��o, Alckmin continua sendo o melhor nome para enfrentar a oposi��o, pois teria 40% de inten��es de votos, sobretudo devido ao prest�gio que ainda desfruta no interior. Hoje, seu principal advers�rio seria Paulo Skaf (PMDB), que oscilou de 16% para 19% de inten��es de votos. O ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab (PSD) j� foi mais forte, caiu de 9% para 6%; e o ministro da Sa�de, Alexandre Padilha, � o poste que n�o decolou, pois oscilou de 4% para 3%. Mesmo contra Lula, Alckmin manteria o favoritismo, com 34% de inten��es de votos contra 22% do petista.
Cen�rios
Rejeitando a vice de A�cio, Serra teria a alternativa de disputar a vaga do Senado contra Eduardo Suplicy (PT), que concorrer� � reelei��o. Mas essa possibilidade tamb�m � complicada. O secret�rio de Energia de S�o Paulo, Jos� An�bal (PSDB), n�o pretende disputar um novo mandato na C�mara. Com desempenho bem avaliado na pasta, � postulante ao Senado e n�o abre m�o. Hoje, contaria com maioria de delegados na conven��o. Serra e An�bal s�o velhos desafetos, na elei��o municipal bateram chapa pela vaga de candidato a prefeito. Restaria a Serra a op��o de encabe�ar a chapa de deputados federais, mas isso n�o passa pela cabe�a do ex-governador.
Geraldo Alckmin negocia com o PSB para que o deputado M�rcio Fran�a (PSB) seja o vice de sua chapa, num acordo que supostamente agradaria a A�cio Neves e ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O palanque duplo com o senador mineiro em S�o Paulo poderia ser compensado pela indica��o de um tucano para vice do socialista Marcio Lacerda (PSB), caso o prefeito de Belo Horizonte seja candidato ao governo de Minas. O acordo, por�m, esbarra na Rede Sustentabilidade, que n�o admite a alian�a com Alckmin no primeiro turno. O deputado Walter Feldman (PSB), muito ligado a Marina Silva, postula a candidatura pr�pria do PSB em S�o Paulo.
Candidato favorito no primeiro turno, a situa��o de Alckmin pode se inverter num prov�vel segundo turno. Por uma raz�o simples: Paulo Skaf, do PMDB, ungido pelo vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer; o petista Alexandre Padilha; e o ex-prefeito Gilberto Kassab, para quem perdeu a prefeitura de S�o Paulo em 2004, podem se unir no segundo turno. A sorte de Alckmin � que o presidente do PSD est� convencido de que o prefeito Fernando Haddad, que o sucedeu, tenta desconstruir a sua administra��o. O petista jogou no colo de Haddad as recentes pris�es de funcion�rios da prefeitura que mantinham um propinoduto na Receita municipal, alguns dos quais nomeados pelo pr�prio Haddad.