Genebra - O Minist�rio P�blico Federal deve encaminhar nesta segunda-feira, para a Su��a a primeira leva de documentos ap�s o pa�s europeu repetir, na semana passada, um pedido de ajuda na investiga��o do caso Alstom, empresa suspeita de integrar um esquema de cartel e pagamento de propinas para a obten��o de contratos metroferrovi�rios no governo paulista. Os brasileiros tamb�m v�o pedir detalhes dos dados j� apurados pelos colegas su��os.
A retomada das investiga��es dos su��os, com o novo pedido de colabora��o, deve dar impulso ao caso. O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, se comprometeu a fornecer ajuda prontamente, o que motivou o envio da primeira leva de documentos agora. A meta � apurar contratos das empresas suspeitas de integrar o cartel entre 1999 e 2009, nas gest�es dos governadores tucanos M�rio Covas, Jos� Serra e Geraldo Alckmin.
Celeridade
Ao renovar o pedido de colabora��o com o Brasil no caso Alstom, os procuradores su��os demonstraram extraoficialmente preocupa��o com outras suspeitas de corrup��o envolvendo brasileiros que teriam enviado dinheiro para contas do pa�s, um para�so fiscal cravado no meio da Europa.
O esquema do Propinoduto, que envolveu subornos de fiscais de renda do Rio, � um deles. O dinheiro bloqueado pelos su��os amea�a ser devolvidos para os j� condenados, por conta da lentid�o da Justi�a brasileira em concluir definitivamente o caso. H� ainda pend�ncias sobre o dinheiro da fam�lia do ex-prefeito paulistano e hoje deputado Paulo Maluf, sobre o qual pesa a acusa��o de desvios p�blicos. O risco � de que o bloqueio, que j� dura mais de dez anos, seja cancelado por falta de uma senten�a definitiva no Brasil e que os filhos de Maluf voltem a ter acesso ao dinheiro.
Questionada pelo Grupo Estado, a assessoria de imprensa do Minist�rio P�blico su��o informou que n�o se pronunciaria nem sobre o caso Alstom nem sobre os outros que envolvem coopera��o com o Brasil.
O caso Alstom, al�m de ser alvo dos su��os, tamb�m � investigado no Brasil desde 2008. As rela��es da empresa com os governos tucanos j� renderam o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o vereador Andrea Matarazzo, que foi secret�rio de Energia de S�o Paulo - ele nega o envolvimento em pagamentos de propina pela multinacional.
Refor�o
As suspeitas sobre a a��o de um cartel no governo paulista foram refor�adas em maio deste ano, quando outra multinacional que atua no setor metroferrovi�rio fechou um acordo de leni�ncia com o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), �rg�o do governo federal que regula a concorr�ncia no Brasil. Ex-diretores da empresa admitiram a exist�ncia de acertos para a obten��o dos contratos com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e com o Metr�. Foi apontado ainda conluio no Distrito Federal. Mas n�o houve, segundo o atual presidente da multinacional no Brasil, Paulo Stark, men��o a propina envolvendo a Siemens ou as outras empresas citadas, entre elas a Alstom.
Os investigadores su��os, por�m, j� identificaram pagamentos ao ex-chefe de manuten��o da CPTM Jo�o Roberto Zaniboni. Os procuradores suspeitam de que a Alstom tenha pago US$ 836 mil em propinas numa conta em Zurique a fim de obter um contrato com a estatal paulista.
A investiga��o revela que o executivo, que atuou nos governo dos tucanos M�rio Covas e Geraldo Alckmin, assinou aditamentos a contratos com a multinacional que somaram R$ 11,4 milh�es. Junto com os documentos solicitados pelo pa�s europeu, o Minist�rio P�blico Federal brasileiro pediu mais detalhes sobre o que h� nas m�os dos investigadores su��os.