
Rec�m-chegado ao PMDB, o empres�rio Josu� Gomes da Silva, presidente do Grupo Coteminas, j� � apontado como um curinga na disputa eleitoral do ano que vem. Com o peso pol�tico de ser filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar (PMDB) e apadrinhado pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), o executivo da ind�stria t�xtil � cogitado por peemedebistas para v�rios cargos, desde a candidatura pr�pria ao governo de Minas, passando por compor chapa com o PT, tentar um posto no Senado e at� substituir Michel Temer na chapa encabe�ada pela presidente Dilma Rousseff (PT).
A tese da candidatura pr�pria ao governo do estado com um pr�-acordo de segundo turno com o PT ganhou for�a na reuni�o dos peemedebistas. Numa eventual disputa com o PSDB na segunda etapa da elei��o, um partido apoiaria o outro. O presidente nacional em exerc�cio do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), citou o exemplo da disputa pela Prefeitura de S�o Paulo, no ano passado, quando o PMDB lan�ou Gabriel Chalita e o PT Fernando Haddad. O petista saiu vitorioso com o apoio de Chalita no segundo turno, contra Jos� Serra. O peemedebista lembrou que a estrat�gia deu certo, ao contr�rio do que ocorreu em Belo Horizonte, com a derrota da chapa de Patrus Ananias (PT) e Alo�sio Vasconcellos (PMDB).
O presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, refor�ou a tese de Raupp. “Vamos juntos de qualquer forma, seja em dois palanques ou em um palanque. Mas n�s vamos derrot�-los porque ningu�m aguenta mais os tucanos em Minas”, conclamou o petista.
Disputa interna
A possibilidade de Josu� ser o nome do PMDB para a candidatura pr�pria causou ci�mes no partido. O senador Cl�sio Andrade (PMDB), que ontem mais uma vez se anunciou pr�-candidato ao governo, n�o acredita que o empres�rio possa atrapalhar seus planos. “Muito pelo contr�rio. Ele fortalece e declarou que reconhece minha candidatura e que � tamb�m um nome para todos os cargos de que o PMDB precisar”, desconversou. Segundo ele, Josu� poderia ser candidato ao Senado ou ainda postular a Vice-Presid�ncia da Rep�blica. “Sabemos que o processo pol�tico � din�mico e pode se alterar”, argumenta Cl�sio, ao considerar que Michel Temer n�o est� confirmado como companheiro de chapa de Dilma para a reelei��o.
Josu� elogiou o padrinho Lula, se dizendo agradecido pela maneira com a qual o ex-presidente tratou seu pai, Jos� Alencar. “Lula sempre foi muito generoso com meu pai na campanha e no governo”, afirmou. Coube a Valdir Raupp minimizar a influ�ncia de Lula no xadrez pol�tico do PMDB, com o ex-presidente fazendo lobby para que o empres�rio companha chapa com o PT . “O PMDB � um partido independente e n�o vamos discutir com o ex-presidente Lula. O que temos � uma alian�a nacional, que dever� ser mantida, mas os diret�rios estaduais t�m liberdade total para lan�ar suas candidaturas”, afirma.
Descontente
As boas rela��es entre PMDB e PT est�o longe de ser uma unanimidade. Bem ao seu estilo, o senador Roberto Requi�o (PMDB-PR) n�o poupou cr�ticas ao aliados petistas, ao dizer que Lula fez uma alian�a com o poder e negociou com o “capital vadio, capital improdutivo”. Ele condenou a forma como a economia tem sido conduzida pelo governo Dilma e reclamou do fato de o PMDB n�o estar se preparando para lan�ar candidato pr�prio ao Pal�cio do Planalto em 2018. “N�s temos as presid�ncias da C�mara dos Deputados e do Senado, mas n�o temos propostas”, lamentou.