Bras�lia - O ministro Jorge Hage, 75 anos, da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), afirma que a suspens�o dos sorteios de munic�pios fiscalizados se limita a um problema or�ament�rio. H� sete anos no comando da pasta, ele diz que o compromisso da presidente Dilma Rousseff de aumentar o combate � corrup��o, numa resposta �s manifesta��es de junho, se mant�m com a intensifica��o do trabalho dos auditores em Bras�lia e nas capitais.
Ele informou que nesta semana come�a o descontingenciamento de R$ 12 milh�es dos R$ 17 milh�es suspensos. "Isso foi poss�vel ap�s entendimentos com o Minist�rio do Planejamento. Mas ainda dependemos do Tesouro para a disponibilidade financeira. O que conseguimos foi autoriza��o para comprometer o or�amento. Falta garantir dinheiro em caixa. N�s ainda estamos numa situa��o extremamente dif�cil. Sorteios de prefeituras s� v�o ocorrer em 2014", informou.
O ministro recordou que a CGU precisa de R$ 17 milh�es para saldar as d�vidas para reabrir um pr�dio da CGU em Bras�lia, onde funciona a corregedoria, pagar empresas terceirizadas de seguran�a e de limpeza.
O ministro v� o peso dos cortes de or�amento na redu��o do n�mero de munic�pios fiscalizados nos �ltimos anos neste ano, "Em outros anos, � preciso avaliar. Em ano eleitoral, por exemplo, h� mais dificuldades. A CGU procura n�o fazer auditorias em per�odos eleitorais, para n�o sofrer com a contamina��o pol�tica', ponderou.
Ele considerou complicado apenas "em parte" sofrer corte de or�amento num ano em que a presidente Dilma Rousseff incluiu o discurso do combate � corrup��o no pacote para acalmar a onda de manifesta��es. "N�s tivemos descontinuidade numa linha de atividade da CGU, que � a parte dos sorteios de prefeituras, por falta de recursos para os deslocamentos dos auditores. Mas, em compensa��o, intensificamos o trabalho de fiscaliza��o nas capitais e na sede em Bras�lia, que n�o necessita de viagens. N�o h�, no global, uma redu��o no combate � corrup��o. H� uma diferencia��o de alvos", garantiu Hage. Segundo ele, � poss�vel que prefeitos estejam se sentindo mais relaxados com a falta de sorteios, "mas o mesmo n�o ocorre com representantes da m�quina federal, que passou a ter mais fiscaliza��o".
O trabalho dos auditores se concentras, conforme o ministro, na m�quina federal, nos programas de parcerias com Estados e munic�pios, nos projetos de mobilidade urbana nas capitais. A vari�vel da falta de recursos incide em despesas de deslocamento, como passagens, di�rias, aluguel de carros, mas n�o sobre pessoal, que continua do mesmo tamanho.
"Nos �ltimos anos, nossa demanda aumentou com a entrada em vigor de novas leis, como a de Acesso � Informa��o, da empresa corruptora e a da responsabilidade da pessoa jur�dica por atos lesivos � administra��o p�blica. Com essas tr�s leis aprovadas nos �ltimos anos, tivemos uma sobrecarga de atividades da CGU. Estamos na depend�ncia de nomea��o de pessoal concursado. Foram admitidos 250 concursados em 2011. O nosso pleito � nomear outros 250", disse Hage.