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Estado de Minas

Diretor do GSI diz que problema de espionagem n�o ser� solucionado com a��es diplom�ticas

Para Raphael Mandarino, essa coordena��o tem de ir al�m do governo e envolver tamb�m a sociedade civil


postado em 06/11/2013 19:00

Articula��es pol�ticas e diplom�ticas n�o ser�o suficientes para evitar a espionagem praticada por outros pa�ses no Brasil. Esta � a opini�o manifestada nesta quarta-feira, no Senado, pelo diretor do Departamento de Seguran�a de Informa��o e Comunica��o do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) da Presid�ncia da Rep�blica, Raphael Mandarino.

Ele tamb�m disse que a prote��o de dados sens�veis do governo brasileiro passa, pelo menos em um primeiro momento, pelo uso de uma criptografia de Estado. Al�m disso, defendeu a ado��o de softwares e hardwares livres de backdoor - brechas deixadas em programas, equipamentos ou sistemas operacionais para possibilitar o acesso de terceiros a dados.

“Articula��o pol�tica diplom�tica com a ONU n�o ser� suficiente para sanar o problema de espionagem porque espionagem segue a �tica de Estado. Espi�o at� mata se for preciso defender seu pa�s. Ent�o �tica de Estado � completamente [diferente] da �tica que temos, do cidad�o comum. E n�o h� tratado que resolva isso. O interesse do Estado e o interesse econ�mico sempre v�o prevalecer”, disse ele, ap�s participar da Comiss�o de Infraestrutura, em audi�ncia destinada a discutir a seguran�a na internet.

Segundo Mandarino, a iniciativa do governo em implantar um sistema capaz de proteger mensagens pode ajudar na prote��o de dados, especialmente das 320 redes cr�ticas, que envolvem, al�m da administra��o p�blica federal, os dados de estatais e bancos p�blicos, entre outros.

“Essa for�a-tarefa brasileira para dar mais seguran�a �s informa��es internas � um primeiro passo. Mas hoje, imediatamente, o que vai resolver � a criptografia. N�o conhe�o outro rem�dio para proteger os dados. E n�o adianta proteger apenas no computador. As redes tamb�m t�m de estar criptografadas”, disse o diretor do GSI. “A gente [na Ag�ncia Brasileira de Informa��o, Abin] tem equipamento de Estado para isso e j� o fazemos h� muito tempo”, acrescentou, referindo-se � chamada criptografia de Estado.

No entanto, acrescenta o diretor do GSI, s� agora, ap�s den�ncias de que espi�es norte-americanos tiveram acesso a dados e liga��es telef�nicas do governo brasileiro, � que as autoridades come�aram a desenvolver uma cultura de seguran�a da informa��o.

“Acho que o comportamento das autoridades est� mudando. E � por isso que estou tentando fazer uma est�tua para Snowden. Ele chamou bastante aten��o para essas coisas”, disse. Edward Snowden � um ex-consultor da Ag�ncia Nacional de Seguran�a (NSA), autor das den�ncias de espionagens do governo norte-americano contra diversos pa�ses, entre eles, o Brasil.

O problema, acrescentou Mandarino, � que falta um �rg�o que tenha poder de pol�cia para cobrar, das entidades estrat�gicas brasileiras, a implementa��o das normas de seguran�a da informa��o.

“Falta uma coordena��o �nica; uma ag�ncia �nica. Precisamos de um �rg�o – na minha opini�o no n�vel da Presid�ncia da Rep�blica, por estar acima dos minist�rios – que determine o que fazer [em termos de cumprimento das normas de seguran�a]. N�o � para fazer, mas para determinar que seja feito”, argumentou.

Para ele, essa coordena��o tem de ir al�m do governo e envolver tamb�m a sociedade civil. “As empresas tamb�m t�m de se proteger. Tem de ser uma pol�tica nacional, seguida de um �rg�o que, com poder de pol�cia, cobre a aplica��o dessa pol�tica e dessas normas”.

A criptografia de Estado � qual Mandarino se refere abrange tanto computadores como redes. Segundo ele, at� mesmo programas desenvolvidos por Estados Unidos e Reino Unido para a quebra de criptografias teriam dificuldade para terem sucesso na decodifica��o de dados. “Pelos nossos c�lculos, isso levaria centenas de anos. Teriam de descobrir dois n�meros primos enormes e o tipo de opera��o que foi feita com eles, bem como a ordem da opera��o. � muito dif�cil”, disse.

“Al�m disso, em uma criptografia, voc� n�o est� preocupado [apenas] se ela ser� ou n�o decodificada. Voc� tem de proteger a informa��o apenas por um tempo �til, porque ela tem validade. Vou dar um exemplo: uma reuni�o do Banco Central que vai determinar se haver� aumento do d�lar. Aquela informa��o s� � importante at� sair a ata. Depois, ela � p�blica. Ent�o, o que se tem de assegurar com a criptografia � que, no tempo �til da informa��o, ela n�o vai ser vazada”, acrescentou.


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