A ministra de Direitos Humanos, Maria do Ros�rio, instituiu grupo de trabalho para adotar as medidas necess�rias � exuma��o dos restos mortais do ex-presidente Jo�o Goulart, sepultado em S�o Borja, no interior ga�cho. A exuma��o de Jango foi marcada para 13 de novembro, em reuni�o entre governo e peritos do Brasil e do exterior realizada em outubro na Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica (SDH), em Bras�lia.
O texto assegura a participa��o da fam�lia do ex-presidente e acompanhamento de todos os atos, reuni�es e procedimentos do grupo de trabalho, e afirma que todas as atividades de per�cia contar�o com a participa��o do Comit� Internacional da Cruz Vermelha (CICV), na condi��o de observador internacional. "O Grupo de Trabalho encerrar� suas atividades ap�s a entrega do laudo oficial conclusivo das atividades periciais � ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica e � Comiss�o Nacional da Verdade", diz a portaria.
"Estamos em plenas condi��es de realizar este procedimento em busca da verdade do que ocorreu com o presidente Jo�o Goulart em 1976. Estamos preparados para o processo de exuma��o", afirmou a ministra Maria do Ros�rio na reuni�o de outubro. Os restos mortais de Jango ser�o encaminhados do Rio Grande do Sul para Bras�lia, para os trabalhos de an�lise t�cnica, com retorno a S�o Borja previsto para o come�o de dezembro, respeitando a data da morte do ex-presidente.
Jango morreu na Argentina em 6 de dezembro de 1976. Ele vivia em Mercedes, prov�ncia de Corrientes, que � vizinha ao Rio Grande do Sul, onde mantinha-se em ex�lio. Na ocasi�o, n�o foi realizada uma aut�psia. O atestado de �bito cita somente o termo "enfermedad", ou seja, "doen�a", como motivo da morte. Com a exuma��o, o governo quer esclarecer se o ex-presidente morreu de causas naturais, ou seja, por problemas no cora��o - que tem sido a vers�o considerada oficial at� hoje -, ou se foi v�tima de envenenamento.
Jo�o Goulart foi presidente do Brasil entre 1961 e 1964, quando foi deposto com a chegada do regime militar. Em maio deste ano, a Comiss�o Nacional da Verdade acatou o pedido da fam�lia Goulart para realizar a exuma��o e reabrir a apura��o do caso.