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Estado de Minas

Ministra diz que exumar os restos mortais de Jango "tamb�m � exumar a ditadura"

A exuma��o faz parte de uma investiga��o para esclarecer se a morte de Jo�o Goulart


postado em 17/09/2013 17:23

"Exumar Jo�o Goulart � tamb�m exumar a ditadura e saber as perversidades que ela fez", disse nesta ter�a-feira a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica, Maria do Ros�rio, ao participar da abertura da primeira reuni�o t�cnica com a equipe de peritos respons�vel pelo procedimento. Integram o grupo profissionais brasileiros, argentinos e uruguaios, al�m de um cubano, conforme pedido da fam�lia do ex-presidente.

A exuma��o faz parte de uma investiga��o para esclarecer se a morte de Jo�o Goulart, conhecido popularmente como Jango, foi em decorr�ncia de ataque card�aco, como divulgado � �poca pelas autoridades do regime militar. A fam�lia suspeita que ele tenha sido assassinado.

Os peritos internacionais e integrantes do Comit� Internacional da Cruz Vermelha auxiliar�o nos trabalhos com experi�ncia adquirida em processos semelhantes ocorridos em pa�ses vizinhos, como as exuma��es dos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende e do poeta Pablo Neruda.

No encontro de hoje, que ocorreu a porta fechadas, n�o foi definida a data em que ser� feita a exuma��o. A expectativa � que ocorra at� o fim do ano. No dia 16 de outubro haver� nova reuni�o, na sede da Pol�cia Federal, em Bras�lia, para definir um protocolo �nico de a��o dos peritos.

Durante a abertura do evento, Maria do Ros�rio destacou que a exuma��o integra processo de pesquisa hist�rica sobre a Opera��o Condor, montada pelas ditaduras do Brasil, Argentina e Uruguai para perseguir opositores.

Maria do Ros�rio enfatizou que Jo�o Goulart foi o �nico presidente brasileiro a morrer no ex�lio, tendo sido perseguido durante todo o per�odo em que esteve fora do pa�s pela ditadura militar. Ela garantiu que, ap�s serem periciados, na capital federal, os restos mortais retornar�o ao munic�pio ga�cho de S�o Borja.

"A ideia � que ele saia de S�o Borja, venha para Bras�lia para ser periciado neste pr�dio da Pol�cia Federal e depois volte a S�o Borja. As amostras ser�o analisadas, em primeiro lugar, com excel�ncia t�cnica, pelo governo brasileiro, com os peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, como a fam�lia sugeriu, com o Comit� Internacional da Cruz Vermelha, que participa conosco, mas que depois essas amostras tamb�m estejam em laborat�rios internacionais, mesmo procedimento utilizado com o poeta Pablo Neruda e com Salvador Allende, no Chile", disse.

Mesmo sem garantir que o corpo de Jo�o Goulart ser� recebido em Bras�lia com honras de chefe de Estado, a ministra disse que o governo trabalha com a "ideia e a responsabilidade de quem lida com um presidente da Rep�blica que n�o recebeu as honras devidas no momento da sua morte".

"Sem d�vida, estamos trabalhando com esse objetivo, mas existem procedimentos que est�o sendo observados. S�o trabalhos paralelos que est�o sendo feitos", acrescentou.

De acordo com a Pol�cia Federal, o caix�o dever� ser aberto em Bras�lia, onde ser�o feitos, no pr�dio da institui��o, exames de DNA e toxicol�gicos. O chefe da Divis�o de Per�cias da PF, Amaury de Souza Junior, disse que se trata de uma investiga��o tecnicamente dif�cil, e ressaltou que as autoridades n�o t�m ideia do estado em que os restos ser�o encontrados.

"N�o resta d�vida de que � uma investiga��o tecnicamente dif�cil, porque tendo sido o corpo enterrado h� 37 anos, pode haver dificuldades t�cnicas. N�o temos ideia [do que ser� poss�vel esclarecer a partir da exuma��o] porque as condi��es podem variar muito. Podemos ter um corpo razoavelmente �ntegro, um caix�o razoavelmente �ntegro ou apenas restos �sseos", disse. No m�s passado, uma equipe de peritos, coordenados por Amaury de Souza Junior, foi at� S�o Borja fazer o reconhecimento e an�lise t�cnica do local, em uma etapa preparat�ria para garantir a retirada do caix�o com seguran�a.

O prefeito de S�o Borja, Farelo Almeida, disse que a expectativa da popula��o e das autoridades locais � que os restos mortais do ex-presidente retornem ao munic�pio antes do anivers�rio de morte de Jo�o Goulart, em 6 de dezembro. Ele ressaltou que, ante a garantia do governo de que os restos mortais ser�o devolvidos � cidade, a popula��o, que estava apreensiva, tranquilizou-se.

Jo�o Vicente Goulart, filho do ex-presidente e que tamb�m participou da reuni�o t�cnica de hoje, disse que a exuma��o � um passo importante, mas ressaltou que ela representa apenas um dos meios para se chegar � verdade.

"Os outros, que a gente ainda espera que o governo brasileiro proceda, s�o a oitiva dos agentes americanos que participaram da Opera��o Condor e a exig�ncia para que o governo americano libere os documentos relacionados ainda classificados [como sigilosos]", disse.

Jo�o Goulart presidiu o Brasil de 7 de setembro de 1961 a 1º de abril de 1964, quando foi deposto em um golpe militar. Ele morreu no ex�lio em 6 de setembro de 1976, em Mercedes, cidade do Norte da Argentina. As investiga��es conduzidas pela Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) apontam que o ex-presidente foi mais uma v�tima da Opera��o Condor.

Em 2007, os parentes entraram com um pedido para que o Minist�rio P�blico Federal no Rio Grande do Sul abrisse investiga��o sobre o assunto. Em 2011, o pedido foi estendido � Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos da SDH e este ano � CNV, que vai coordenar o processo.


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