Senado demite 'ficha-suja' do gabinete de Renan

O Senado determinou a demiss�o do assistente parlamentar j�nior Nerigleikson Paiva de Melo do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Em junho, ele havia sido admitido no escrit�rio pol�tico de Renan em Alagoas. Nery, como � conhecido, perdeu a vaga na C�mara de Macei� em 2009 sob acusa��o de trocar dinheiro e combust�vel por votos nas elei��es de 2008. � �poca, ele era do PV. A exonera��o do auxiliar de Renan foi assinada pela diretora-geral adjunta do Senado, Ilana Trombka, e publicada nesta quinta-feira, 7, no Di�rio Oficial da Uni�o.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta, que, sob a gest�o Renan, o Senado tem mais funcion�rios admitidos por apadrinhamento do que por m�rito. A Casa tem 3.241 funcion�rios comissionados, nomeados por indica��o, e 2.991 servidores efetivos, que em geral entraram por concurso p�blico. A reportagem apontou que Renan emprega em seu gabinete 12 filiados e ex-filiados ao seu partido em Alagoas, entre eles Nerigleikson.

O Minist�rio P�blico Federal em Bras�lia abriu inqu�rito civil no m�s passado para investigar o loteamento partid�rio nas nomea��es de comissionados no Senado. A investiga��o parte da suspeita de poss�vel abuso na contrata��o de um "n�mero exacerbado" de indicados, em "preju�zo aos cofres p�blicos".

Ap�s os protestos de junho, a Casa aprovou resolu��o que pro�be a nomea��o, para cargos em comiss�o, de condenados, em decis�o transitada em julgado ou de �rg�o colegiado, por delitos previstos na Lei da Ficha Limpa. Al�m de ter de apresentar certid�es negativas de �rg�os, como a Justi�a, o pretendente tem de declarar que n�o tem v�nculo de parentesco com senador ou servidor.

A cassa��o do mandato do ex-vereador e agora ex-auxiliar de Renan, que recebia sal�rio de cerca de R$ 4,3 mil por m�s, foi por decis�o un�nime do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Nerigleikson recorreu, sem sucesso, ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a resolu��o do Senado, � vedada a contrata��o de condenados por "corrup��o eleitoral ou capta��o il�cita de sufr�gio".