Em uma tensa conversa em que os fiscais envolvidos no esquema de propinas trocam acusa��es, o auditor Ronilson Bezerra Rodrigues cita diversas vezes o ent�o secret�rio de Governo de Fernando Haddad (PT), Antonio Donato, para acalmar o colega Luis Alexandre Cardoso Magalh�es, que dizia que, se ca�sse, levaria junto a “Secretaria de Finan�as inteira”.
Ap�s dizer que Rodrigues planejava escapar das investiga��es e deix�-lo sozinho com Lallo, Magalh�es afirma que seu antigo chefe o xingava pelas costas. Rodrigues rebate: “N�o te chamava. Pergunta para o Donato. Luis, ele pergunta de voc�. Pergunta pro Donato o que eu falo pra ele, o que eu falo pra ele de voc�”. Depois, Rodrigues cobra Magalh�es: “Voc� ainda n�o procurou o Donato”.
Antes disso, o nome do secret�rio j� havia sido usado por Rodrigues para tranquilizar o colega. Magalh�es diz que ficou sabendo que seria o bode expiat�rio, ent�o Rodrigues afirma que chamaria outros servidores - Leonardo Leal, afastado da diretoria de Arrecada��o da Secretaria de Finan�as, e Douglas Amato, subsecret�rio -, al�m de Donato, para atestar sua lealdade.
“N�s vamos resolver isso junto. Vamos trazer o L�o e o Douglas aqui. E vamos pro Donato tamb�m. Eu vou com voc�s onde voc�s quiserem. Eu nunca fiz nada contra voc�s”, diz Rodrigues.
Grampos
A liga��o de Donato com o grupo surge em outra grava��o. Nas escutas ambientais feitas pelo MP e pela Controladoria-Geral do Munic�pio no escrit�rio dos fiscais, no centro, Donato � citado em um di�logo entre Rodrigues e Barcellos, de 3 de outubro, em que eles discutem como justificar os bens.
Rodrigues diz que conversou com Donato sobre o patrim�nio deles. Barcellos afirma que a investiga��o come�ou com seus bens, que seriam os mais f�ceis de serem comprovados em auditoria. “Foi! O Donato me falou! � por isso que a hist�ria n�o bate”, fala Rodrigues. O nome do secret�rio � dito novamente nesta conversa, mas em um trecho inaud�vel.