S�o Paulo - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nessa quinta-feira que vai pedir acesso aos documentos em posse da Pol�cia Federal antes de tomar qualquer atitude em rela��o a acusa��es contra seus auxiliares que constam de inqu�rito sobre o cartel de trens em S�o Paulo. “N�o tem sentido afastar (os secret�rios citados), j� que n�o tivemos acesso aos documentos”, disse. O governador afirmou que j� entrou com pedido na Justi�a para obter a �ntegra das informa��es relatadas pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer.
No mesmo documento, o ex-diretor da empresa alem� disse que o hoje o secret�rio da Casa Civil do governo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado pelo lobista Arthur Teixeira como recebedor de propina das multinacionais suspeitas de participar do cartel de trens na capital paulista entre 1998 e 2008.
Aparecido afirmou nesta quinta-feira que vai processar Rheinheimer, a quem classificou de “bandido” por fazer “uma den�ncia em troca de cargo”. No relat�rio, o ex-diretor da Siemens sugere receber em contrapartida �s den�ncias a sua nomea��o para alto cargo na mineradora Vale. “Vou processar esse bandido, que faz den�ncia desse tipo em troca de cargo. (Isso �) absolutamente ilegal”, afirmou, numa refer�ncia ao fato de Rheinheimer pedir, no documento, um emprego na mineradora Vale por fazer as den�ncias contra o governo paulista.
As acusa��es do ex-diretor foram enviadas pelo Cade � Pol�cia Federal, segundo relat�rio de um delegado federal de Bras�lia. O material que foi anexado ao inqu�rito que investiga o cartel em S�o Paulo, tamb�m atingem outros secret�rios de Alckmin. Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econ�mico) s�o citados por Rheinheimer porque, segundo relatou, teve “a oportunidade de presenciar o estreito relacionamento do diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, com estes pol�ticos”.
Nesta quinta-feira, Fernandes disse que manteve rela��o “estritamente profissional” com Teixeira. “Este assunto j� foi bastante explorado. Conhe�o o cidad�o Arthur Teixeira, estive com ele tr�s vezes nestes 35 meses de governo, mas minha rela��o foi e tem sido totalmente profissional.”
Jos� An�bal (Energia) tamb�m apareceu no documento, citado como pol�tico “envolvido com a Procint”. Segundo o ex-diretor da Siemens, An�bal “tratava diretamente com seu assessor, vice-prefeito de Mairipor�, Silvio Ranciaro”. Em nota, secret�rio afirmou: “De mim ele vai receber o tratamento que merece. Estou abrindo a��es para process�-lo por cal�nia e difama��o e tamb�m por danos morais. Quero v�-lo onde ele estar� cedo ou tarde: na cadeia.”
O presidente do PSDB, senador A�cio Neves, disse em nota que o partido repudia o que classificou de “interfer�ncia pol�tico-partid�ria na averigua��o de forma��o de cartel”. “Causa repulsa o fato de o Cade, presidido por algu�m ligado ao PT, esconder do Judici�rio e da Corregedoria-Geral paulistas uma den�ncia feita explicitamente com promessa de emprego futuro.”
A�cio fez men��o � liga��o de Vinicius Carvalho, presidente do Cade, com o secret�rio de Servi�os da gest�o de Fernando Haddad, Sim�o Pedro (PT). Antes de assumir a chefia do �rg�o, Carvalho trabalhou com o petista, autor de representa��es que apontavam suspeitas de forma��o de cartel. Pedro confirmou ter acionado o Cade e disse todas as suas a��es “foram divulgadas, o que evidencia a pr�tica de transpar�ncia que caracteriza o meu mandato”.
A bancada do PT na Assembleia pediu nesta quinta-feira o afastamento dos secret�rios mencionados. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.