O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira, que o Minist�rio P�blico Eleitoral vai mover "mais de uma dezena de a��es" para cassar os mandatos de parlamentares que trocaram de partido de olho nas elei��es do ano que vem. Para Janot, incorre em infidelidade partid�ria algu�m que deixe um partido j� existente por outro tamb�m existente, fazendo uma "escala num partido novo".
Na entrevista, o procurador-geral da Rep�blica usou uma figura de linguagem para sustentar sua inten��o de cassar os "infieis". Segundo ele, se uma pessoa pega um voo de Fortaleza para Bras�lia, mas faz uma escala em Salvador, continua tendo como destino a capital do Pa�s. "O que eu fiz foi uma simples escala em Salvador", comentou.
Para o chefe do Minist�rio P�blico Federal e Eleitoral, essa troca de partidos dessa forma � uma maneira de "superar um obst�culo da fidelidade partid�ria". Ele n�o quis adiantar os nomes dos pol�ticos que devem ser alvos das a��es de perda de mandato. A Procuradoria Geral da Rep�blica deve divulg�-los em breve.
Rodrigo Janot afirmou que o evento desta quinta-feira tinha como objetivo antecipar em 2013 as linhas mestras de atua��o do MP Eleitoral para o ano que vem. � uma forma, segundo ele, de garantir que n�o haja "surpresa" no processo. O procurador-geral disse que o foco da atua��o � combater a corrup��o, especificamente o "financiamento il�cito de campanha".
"O financiamento il�cito de campanha � a fonte prim�ria ou uma das fontes prim�rias de toda a corrup��o na administra��o p�blica", afirmou. Janot tamb�m disse que a propaganda antecipada � um dos pontos de "tens�o" do processo eleitoral. Segundo ele, de um lado est� a liberdade dos pol�ticos e, de outro, a isonomia da disputa.
O vice-procurador-geral Eleitoral, Eug�nio Arag�o, disse que n�o se pode ser "hip�crita". "Sabemos que todos bem ou mal est�o fazendo campanha. "Coibir a propaganda antecipada tem que ser dentro do limite que n�o sufoque o debate pol�tico", destacou. Arag�o defendeu um trabalho profissional e discreto dos procuradores e um trabalho "em unidade", pois, segundo ele, quem trabalha sozinho pode "virar alvo". Ele refor�ou a necessidade de intervir para garantir a igualdade entre os candidatos e evitar abusos de poder de quem tem mais condi��es de se expor.