
A Comiss�o de �tica e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai apurar se a viagem do helic�ptero da empresa agropecu�ria do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), apreendido com 443 quilos de coca�na, foi feita com combust�vel custeado pela Casa, por meio da verba indenizat�ria. Segundo o presidente da comiss�o, deputado Sebasti�o Costa (PPS), ser� feito um of�cio ao departamento de contas da Assembleia para saber se houve reembolso de combust�vel para aeronave este m�s. A informa��o ser� cruzada com dados da Pol�cia Federal dos dias em que a aeronave viajou com a droga.
Se comprovado o uso indevido do dinheiro p�blico, a comiss�o poder� sugerir � Mesa Diretora puni��es que v�o desde a advert�ncia verbal a uma abertura de comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI). At� 15 de outubro, Gustavo Perrella usou R$ 14.071 da verba indenizat�ria com querosene para abastecer o helic�ptero da sua empresa. A Assembleia ainda n�o disponibilizou os gastos dos parlamentares em novembro, que entram no portal da transpar�ncia depois de encerrado o m�s.
De acordo com o primeiro secret�rio da Casa, deputado Dilzon Melo (PTB), como a Assembleia n�o tem meios de fiscalizar o uso da verba indenizat�ria na compra de combust�vel de aeronaves, a Mesa Diretora decidiu ontem tamb�m proibir o reembolso. Al�m disso, tamb�m foi determinado � Procuradoria-Geral da Casa que acompanhe na Pol�cia Federal o andamento das apura��es.
Dilzon Melo se reuniu nessa quinta-feira com manifestantes que tiveram como principal reivindica��o a instaura��o de uma CPI para investigar Gustavo Perrella. Durante a manifesta��o na porta da Assembleia, que reuniu cerca de 50 pessoas, foi espalhada muita farinha branca pelas escadarias, em alus�o a coca�na.
Testemunha
A Pol�cia Federal de Minas est� providenciando a intima��o do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), de sua irm� Carolina Perrella, e um sobrinho Andr� Almeida Costa, s�cios da empresa Limeira Agropecu�ria, propriet�ria do helic�ptero Robson 66 apreendido no domingo, no interior do Esp�rito Santo. A PF n�o confirma se j� conseguiu cumprir a miss�o, de acordo com a assessoria de imprensa, mas Gustavo Perrella tem a prerrogativa de escolher o local e a hora de seu depoimento. Segundo carta precat�ria enviada a Minas pelo delegado Leonardo Damasceno, da Divis�o de Repress�o a Entorpecentes (DRE) daquele estado, o parlamentar vai ser ouvido apenas como testemunha.
Nessa quinta-feira, Damasceno, respons�vel pela investiga��o, informou que a PF j� identificou o dono do terreno onde a aeronave pousou e que n�o existe qualquer rela��o com a fam�lia Perrella. Segundo ele, a apreens�o de drogas teve in�cio com a investiga��o a partir da constata��o da compra de um terreno com valor superfaturado naquela regi�o, mas que, de acordo com as primeiras apura��es, n�o existe uma liga��o direta entre os dois fatos.
O delegado Damasceno disse que depende de uma per�cia no GPS da aeronave para apurar a origem da droga e como ela entrou no Brasil. "Sabemos que a aeronave deixou S�o Paulo, passou por Minas e depois se deslocou ao Esp�rito Santo, mas n�o sabemos onde a coca�na foi adquirida. Tamb�m n�o sabemos como ela deixaria o estado e qual o seu destino. Dependemos da per�cia que deve consumir, no m�nimo, 30 dias", afirmou Damaceno. Al�m desse laudo, o delegado espera a conclus�o da per�cia em telefones celulares, aeronave e ve�culos apreendidos durante o cerco policial para esclarecer pontos ainda obscuros sobre o caso.