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Estado de Minas

Solidez intelectual e capacidade de di�logo marcaram vida pol�tica de D�da

O governador vai ser velado em Aracaju. O vel�rio ser� aberto ao p�blico � noite


postado em 02/12/2013 10:26 / atualizado em 02/12/2013 10:34

"Minha luta vai ser outra em 2014". A frase foi dita pelo governador de Sergipe, Marcelo D�da, em 23 de mar�o, durante almo�o em Bras�lia com o governador da Bahia, Jaques Wagner. Ambos tinham acabado de participar da reuni�o entre a presidente Dilma Rousseff e os governadores do Nordeste. D�da se referia � luta contra o c�ncer no est�mago, diagnosticado no ano passado, contra o qual lutou at� a madrugada desta segunda-feira no hospital S�rio Liban�s, em S�o Paulo. Tinha 53 anos, dos quais 31 dedicados � vida p�blica. O governador vai ser velado em Aracaju. Uma parte do vel�rio ser� restrita a familiares e amigos e � noite ser� aberto ao p�blico.

D�da desembarcou em Bras�lia como deputado federal em 1995, primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Logo se destacou na bancada por duas qualidades: a solidez intelectual e a capacidade de di�logo, coisa rara no PT daquele come�o tucano. Ele havia come�ado a carreira filiando-se ao PT, em 1981, aos 21 anos. Depois de uma temporada como advogado da CUT, e de sindicatos associados, e algumas elei��es perdidas, se elegeu deputado estadual em 1986, mas n�o conseguiu a reelei��o em 90. 

Conhecedor da literatura e da ci�ncia pol�tica, era aberto a conversas com todos os partidos, o que fazia com que ele muitas vezes tivesse embates internos, uma vez que uma grande parcela petista resistia �s negocia��es com os tucanos. A boa conviv�ncia s� deixava de ocorrer na hora dos embates em plen�rio, quando o ent�o l�der do governo, Lu�s Eduardo Magalh�es (PFL-BA), acionava o rolo compressor para aprovar os projetos de interesse do governo. Certa vez, D�da chegou a comentar brincando com Lu�s Eduardo: "O pai do senhor, presidente, � t�o educado e o senhor t�o duro. Com quem aprendeu a ser assim?" Diante da resposta, "com a minha m�e", os dois riram juntos, dada a fama do "Toninho Malvadeza" que acompanhou o senador baiano por toda a vida.

A boa conviv�ncia fazia com que as festas de anivers�rio de D�da em Bras�lia virassem not�cia por causa dos advers�rios do PT que reuniam. O governador gostava de cantar, fez v�rias parcerias com o atual ministro do Tribunal de Contas da Uni�o, Jos� M�cio Monteiro, que tamb�m toca viol�o. Em Sergipe, na seara das festas criou o Forr�caju para fazer frente ao S�o Jo�o de Campina Grande e Caruaru, os mais famosos do pa�s.

A ala do PT mais afeita �s conversas pol�ticas com a oposi��o se ressentiu quando o deputado sergipano renunciou ao mandato parlamentar no final do ano 2000 para assumir a prefeitura de Aracaju. Dois anos depois, quando Lula foi eleito presidente, D�da administrava Aracaju e, assim, ficou fora do grupo que dominou o governo federal. Essa condi��o, entretanto, lhe permitiu buscar um di�logo com a oposi��o e atuar nos bastidores de forma a auxiliar a blindagem sobre o Planalto, de forma a preservar Lula, quando estourou o mensal�o em 2005. L� estava ele, de novo, no papel de ponte na pol�tica nos bastidores e fazendo falta ao partido naquele momento t�o delicado.

Com Lula reeleito, em 2006, D�da tamb�m n�o voltou a Bras�lia para figurar entre os representantes do primeiro escal�o governamental porque venceu Jo�o Alves Filho na disputa pelo governo de Sergipe. Em 2010, no ano seguinte � descoberta do primeiro c�ncer (no p�ncreas) e duas cirurgias, D�da foi reeleito governador contra o mesmo Jo�o Alves, do DEM. A disputa, entretanto, foi mais acirrada, uma vez que o governador se viu obrigado a ficar 100 dias afastado do cargo para cuidar da sa�de.

D�da estava h� mais de um m�s no hospital S�rio Liban�s em S�o Paulo, acompanhado da mulher, Eliane, e dos filhos. No �ltimo s�bado, os m�dicos avisaram a fam�lia que era hora das despedidas. Alguns amigos foram visit�-lo, entre eles, o senador Antonio Carlos Valadares, do PSB, e o ex-prefeito Edvaldo Nogueira, parceiro de chapa de D�da nas duas elei��es para a prefeitura. Nogueira deixou o hospital anunciando que a situa��o era irrevers�vel. A luta de D�da terminou mais cedo do que ele esperava. O governador deixa cinco filhos, Marcella, Yasmin e Lu�sa, do primeiro casamento com M�rcia; e os meninos Jo�o Marcelo e Matheus, com Eliane.


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