
Uma opera��o conjunta da Pol�cia Federal e Minist�rio P�blico para investigar fraudes em licita��o para transporte escolar em Ja�ba, Norte de Minas, descobriu a exist�ncia de uma partilha dos recursos p�blicos entre grupos pol�ticos, em sucessivas administra��es da cidade de 30,9 mil habitantes. Segundo a PF, o grupo criminoso tem entre seus integrantes o prefeito cassado Jimmy Diogo Silva (PCdoB), seu antecessor Sildete Rodrigues Ara�jo (PMN), al�m do vereador Adilson de Freitas (PRB), o T�la, presos ontem, durante a Opera��o Agosto.
Com o cerco das investiga��es, o chefe do esquema, Silvano Ara�jo – irm�o de Sildete e que atuava como se fosse funcion�rio da prefeitura –, planejou o assassinato de um promotor, respons�vel pela apura��o, mediante o pagamento de R$ 5 mil a integrantes da organiza��o criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nascida em pres�dios paulistas. Para se manter no poder, o grupo contratou at� mesmo uma advogada, que teria um “esquema” para compra de decis�es judiciais, de acordo com testemunhas. Silvano, que foi candidato a deputado federal em 2010, tamb�m foi preso nessa ter�a-feira.
Segundo a Pol�cia Federal, outras quatro pessoas que colaboravam para o esquema de fraudes foram levadas para a delegacia de Montes Claros, tamb�m no Norte do estado, para prestar esclarecimentos. S�o eles: Anderson Pachedo, presidente da Comiss�o de Licita��o da prefeitura; Nilton Nunes de Oliveira, secret�rio municipal de Administra��o; a empres�ria Beatriz Gon�alves de Ara�jo, al�m do vice-prefeito Enoch Vinicius Campos Lima (PDT). Desde que Jimmy deixou o cargo, Enoch assumiu o comando do munic�pio, mas foi afastado ontem por determina��o da Justi�a, por suspeita de envolvimento com o esquema criminoso. Sem prefeito ou vice, quem assume a prefeitura hoje � o presidente da C�mara Municipal, vereador J�nior Leonir Guimar�es (PSDB).
Fatia
O esquema de desvio de recursos p�blicos montado pela organiza��o veio � tona a partir de intercepta��es telef�nicas que flagram, n�o s� o plano de assassinar o promotor, como a tentativa de compra de votos de vereadores para evitar a cassa��o de Jimmy, alvo de uma comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) instaurada pelo Legislativo municipal. Para tentar obter votos favor�veis, os valores oferecidos aos opositores chegariam a R$ 300 mil.
As investiga��es mostraram ainda que, para n�o haver problemas na distribui��o dos recursos desviados dos cofres da prefeitura, os pol�ticos fizeram uma distribui��o de pastas que seriam controladas pelo ent�o prefeito Jimmy e pelo seu colaborador Silvano. Com o objetivo de dificultar a identifica��o do “dono” da fatia, o administrador era identificado apenas com o n�mero 12 e o grupo de Silvano como 33. A divis�o funcionou perfeitamente durante distribui��o das 22 rotas de transporte escolar. Foram convocados a participar somente os escolhidos de 12 e 33, em reuni�o na casa de Silvano, que, para evitar vazamento, recolheu os celulares de todos os poss�veis benefici�rios.